Em primeiro lugar é o medo. O medo que inibe o raciocínio lógico, e que leva à ignorância, e à criação de raízes da mesma.
Depois é o preconceito. O preconceito que cria teorias que se dizem válidas para explicar o que não é verdadeiro. O preconceito que se agarra a tudo o que mexe para validar o invalidável.
A homossexualidade não se pega. Não se ensina. Não é doença.
Usar como argumento que as crianças aprendem e imitam a escolha sexual dos pais é absurdo. Não se escolhe ser homossexual: a escolha sexual é como um gato malhado: ou é ou não é. Não é só às vezes, e muito menos se lhe desenharmos as mesmas manchas com um marcador: continuará a ser o mesmo gato.
Ponto final parágrafo.
Os lares de acolhimento, as creches, todos os estabelecimentos que recebem crianças para adopção transbordam de pequenas pessoas que anseiam por amor, carinho, proteção individualizada, 'one to one'.
Existem casais de pessoas do mesmo sexo que desejam, acima de tudo, dar um lar a uma pequena pessoa que deseje, e necessite, ser amada, protegida, necessite de segurança e presença de adultos afectuosos.
Sejam esses pais um de cada sexo, duas mulheres dois homens, o amor é amor, não tem sexo.
Vergonha começou por ser o chumbo da proposta de co-adopção, Vergonha com V maiúsculo.
Um casal vive junto, digamos, dez anos, sendo que um dos dois tem um filho adoptado. O adoptante morre, a familia direta do mesmo é homofóbica e decide que a criança não volta a ver o pai sobrevivente... é isso a proteção da criança? É isso ter em atenção o melhor interesse do menor, fazê-lo perder ambos os pais de um golpe só?
Já quanto à proposta de ontem, sendo eu completamente a favor da adoção plena por homosexuais, devo dizer que, na minha opinião, foi um tiro no pé. Levar este projecto-lei a discussão no parlamento depois do chumbo da co-adopção, dificilmente traria surpresas.
Neste país à beira mar plantado há que mudar mentalidades.
ANTES DE MAIS NADA HÁ QUE MUDAR MENTALIDADES.
{Depois, e só depois, vamos a jogo e pomos as cartas na mesa...}