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Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

10 Jul, 2016

Eu acredito

Há 12 anos atrás fui ver a final numa fanzone. Este ano jurei que não mexia, que ia ver a final (se lá chegassemos) em casa, sossegadinha. Pois que me trocaram as voltas: em casa, sim, sossegadinha q.b., mas com mais pessoas. Até fiz sangria - mas o jantar é frango da churrasqueira da frente. 

E abri a caça aos tremoços, que não achei, e tenho radlers (enjoei as sidras), os gajos têm mines, e tudo e tudo. Prontx.

(em minúsculas e numa fonte mais pequenina, uma garrafa de asti no frio)

Agora fazemos a cainhada rumo ao minuto zero. É o espaço que nos separa do início a diminuir, e a nervoseira a aumentar...

Mas eu acredito. 

Bora lá gente, VAMOS GANHAR ESTA MERDA!!!!!!!

 

... a autora deste blogue pegou no livro  "Numa floresta muito escura" e recostou-se nas almofadas. 

E foi até às 05:20h, 323 paginas de uma assentada - ou quase, que se levantou duas vezes, umas vez porque bexiga oblige, e outra porque sentiu fome e foi pegar nuns alperces e rumou de volta ao quarto.

323 paginas.

 

Ó Fátima o livro é assim tão bom?

 

A Reese Witherspoon acha que sim, já que vai produzir a sua adaptação ao grande écran. Eu, por mim, acho que ando a ler thrillers a mais. A história está bem montada, gosto dos personagens... mas a verdade é que nada me surpreendeu. As ações foram-se desenvolvendo como previa. Houve ali um momento, perto do fim, em que a autora conseguiu pôr-me a conjeturar alternativas, mas foi sol de pouca dura... embora honestamente considere que o livro não é assim tão previsível.

Má, má, é em alguns pontos, a tradução. Olhem um exemplo - apesar do adiantado da hora ATÉ consegui decorar o número da pagina: 245, primeira frase.

 Nunca mais voltaria a confiar eu própria em juízos de valor.

 

Bolas. Li a frase três vezes. Retroverti para o inglês

 

- tentei, não tenho o original... vi-o na WHSmith da estação de comboios de  Paddington,

e lamentei não o ter trazido, estava com uma ótima promoção,

e escusava de estar a fazer malabarismos...*

 

Mas cheguei perto o suficiente. Qualquer coisa como I'd never trust my own judgement again. No google tradutor, palavra por palavra: never again to trust myself in value judgments. Presumo que a minha aposta esteja mais próxima do original, mas never the less, a tradutora quando avançou para esta frase devia estar mais cansada que eu quando a li.

{É que a frase não  faz sentido, SEQUER, EM PORTUGUÊS!!!!! 

 

E depois, o trabalho de revisão e edição, aqui e ali, peca por gralhas e não concordância feminino-masculino, singular-plural, artigos a mais ou a menos, espaços que partem palavras ao meio... coisas que até se relevam, mas erros de tradução, não consigo. E quando se pagam 16 ou 17 euros por um livro, não me parece que seja aceitável encolher os ombros e compactuar com a expressão errar é humano.

Sim é, num blogue que escrevo sem que ninguém me pague para isso, e não disponho de uma equipa de suporte para corrigir gralhas e eventuais erros gramaticais.

Não num livro em papel - nem se fosse em formato digital, que as palavras são as mesmas.

Por isso, revoltei-me. Deixa-me as entranhas às voltas, o pouco caso com que se trata um original e se atira o mesmo para os escaparates, à boleia do número global de vendas e das criticas no Goodreads, mais umas fita-métricas do género. Uma obra é uma obra, e merece respeito. É mais de que cifrões, caramba!

Pela minha parte, não acho piada nenhuma a sentir-me enganada. Como autora, revolve-se-me o estômago só de pensar  que qualquer tradutor pode apunhalar uma obra. Não fica ferida de morte, mas a cicatriz, quando descoberta, captar-nos-há sempre o olhar.

A partir de agora, quando me cruzar com o volume numa livraria, vou SEMPRE recordar, pagina 245, 1º frase

quase como se houvesse um letreiro de neon por cima.. 

E se houver uma segunda edição (haverá, quando mais não seja quando o filme estrear) vou [a correr] abrir o volume e procurar a possível correção.

1507-1 (1).jpg

 

Por isso, se puderam, leiam no original. Vale a pena.

 

*(como eu sou uma chata teimosa, fui à procura, internet fora... e achei. A frase é "I would never trust my own judgement again" [BINGO!!!!! Eu é que tenho de confiar mais na minha intuição, duh!] .O google tradutor, atribui-lhe um "Eu nunca iria confiar em meu próprio julgamento novamente", que, apesar de abrasileirado, consegue fazer mais sentido que a frase escolhida pela tradutora!!!).

 

Não há nada melhor de que, depois de uma insónia monumental situada algures entre um dia assim (39º) e outro assado (27º a esta hora - meio dia), depois de ter adormecido a deshoras e acordado tarde com a inerente dor-de-cabeça de horários desregulados, depois de dar de comer às bichanas, tomado o pequeno almoço e tirado o café, chegar ao pc e deparar com esta notícia...

 

Digamos que fiquei com as entranhas às voltas.

 

Continuo a defender que a Inglaterra não perdeu tempo a fazer contas quando decidiu sair da UE. E quando falo de contas não falo de dinheiro; falo dos efeitos perversos de uma pedrada no charco DESTAS dimensões, que deixou reverberações profundas e que seriam previsíveis, tanto externamente (e dou de barato que os britânicos se estejam a borrifar para a Europa), como internamente - e aí, ladies and gentelmen, a roca fia mais fino... e o termo irresponsabilidade ganha uma amplitude diversa, e imensa.

 

Expetávelmente, o Império Britânico adivinha-se reduzido... e não eram necessários poderes divinatórios para o antecipar. A Escócia já tinha estrebuchado, e dadas as circunstâncias, exige o direito de ter voz própria. A Irlanda, que também disse não ao Brexit, vai apanhar boleia dos senhores de kilt, e a Inglaterra vai ficar a olhar para as mãos... e pronto, para o País de Gales. 

 

A UE, ao contrário do que pensei de inicio, vai aguentar-se. Por um cabelo, mas se não levantar demasiadas ondas, se contiver a perversidade do senhor Shäuble, sempre pronto a disparar primeiro e pensar depois - e que enquanto a Europa ainda se mantém a fazer ten-tens, contiua a destilar veneno de ditador-em-potência e a atacar os pequeninos (sem sequer colocar a hipótese de, ao fazê-lo, estar a disparar nos próprios pés) - porque isso não ajuda MESMO ninguém.nigel-476634.jpg

 

Mas voltando a Farage, aquela ave-do-paraíso britânica, arauto da desgraça no primeiro discurso na noite do referendo, e eufórico no segundo (pile-ou-face?): esse senhor deveria estar agora sentadinho na cadeira de presidente do partido que deixa, preso com fita adesiva daquela prateada, com muitas voltas, tornozelos e pulsos, e agora ficas ai e arcas com as responsabilidades. Porque se o prédio cai, a culpa é do empreiteiro!

 

Mas Nigel Farage pegou no cliché e fê-lo dele: os ratos são os primeiros a abandonar o navio. E o senhor, cobardolas como se mostra, dá à sola antes da Bretanha se desintegrar.

 

Um exemplo a não ser seguido por gente com espinha dorsal.

02 Jul, 2016

Aranhas

Não sendo 'bicho' de que goste particularmente, nunca foi

      a) daqueles que me deixavam gelada e sem reação;

      b) nem nunca tive também vontade de guardar numa caixinha e ir alimentando...

aquilo era mais um ser de oito partas ao qual me sentia indiferente. Mas nada de intimidades, dois metros era o perímetro de segurança tacitamente acordado - que entretanto foi sendo reduzido...

Do"olhómaranha!"-tungas, de há uns anos atrás, passámos, de há uns quatro anos a esta parte a "émáranhanãomates". "WTF, porquê?" perguntava o Pikeno. Resposta dos progenitores em coro "Porque aqui não se matam aranhas".

O descendente lá encolhia os ombros e recolhia ao quarto, tenho para mim que (sangue frio tivera, já que tem um certo receio das mesmas) para matar umas quantas às escondidas. Mas o paraíso das aranhas crescia a olhos não vistos, que elas são umas sonsas, não se expõem sem mais nem menos. Mas no ínterim devem ter chamado os parentes, dos mais próximos aos mais distantes, e alguns amigos, que amigos também teriam, "vinde,vinde ao éden dos aracnídeos!!!". E foi com o resultado de tal bonomia que, aí há um ano atrás, o meu marido deparou, ao enfiar-se na despensa (escura e fresca, habitat preferêncial, ó sonho!) para destralhar a dita. Ora que para lá da colónia ter aumentado exponencialmente, as pioneiras também tinham aumentado - de tamanho. E uma aranha-tipo-normal, *puff* ,mas uma aranha a comer à borla e à vontade durante dois anos e picos, mete... respeito. E eis senão quando o homem atirou o tratado de paz pela janela e ali mesmo passou da teoria ao acto. No final só faltou o autocolante na porta 

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Entretanto por altura do Natal dei por uma praga de gorgulhos. Das mézinhas que me recomendaram - e que envolviam todas o uso de inseticidas, e anterior trasfega do interior da divisão (só de pensar até ficava tonta, onde é que eu punha aquilo tudo???)- nenhuma me entusiasmou.

Deitei fora o que estava 'bichado', comprei novo,  guardei na cozinha. E deixei para "um dia destes" fazer algo a respeito.

nisso sou eu boa, a procrastinar...

E a verdade é que assim como voltámos a ver aranhas na vizinhança das prateleiras, também desapareceram os pontinhos pretos.. Como não acredito em coincidências - este é um man-eats-man's world, neste caso, aranha-come-gorgulho - agradeci aos aracnídeos e tivera sido colocado o anterior sinal na porta, já estaria substituído por outro

voltem1.jpg

 

Temos de nos capacitar, que se os bicharocos existem,para alguma coisa servem... 

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