Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

PONTO PRÉVIO: Este post é um pensamento que se me assomou à testa, assim sem ter lido nada a respeito, por isso, pode ser um grandessíssimo disparate. É assim tipo, estou no café ao balcão a tomar a bica e o vizinho do lado puxa o tema e eu não resisto a dar os meus cinquenta cêntimos (com um grande sorriso, não vá as opiniões serem discordantes ...)

 

Ontem, estávamos nós a ver qualquercoisa num qualquer canal, e quando acabou, o Victor carregou no 5 do comando. Estava onãoseiquantos a apresentar um programa com o Rui intelectual-do-futebol, que às tantas interrompe porque têm de ir para um direto das Nações Unidas, onde o nosso Presidente se tropeçava todo no inglês - que dominará, mas ao querer de tal forma mostrar-se à vontade a fazê-lo, a coisa estava a preconizar espalhanço, não fora ele virar ao português num ápice. 

 

1074877.jpe

 

E pronto, já toda a gente sabe que ele estava no ONU a fazer a apologia de Guterres.

Ora eu não sei se os presidentes dos outros candidatos têm feito a a mesma coisa (como disse, não li nada), mas independentemente, isso não muda a minha opinião: o que digo à/da Presidência da Republica portuguesa, vale para todas.

Mas isto não tem a ver com com a carreira política de um homem? Onde é que entra aqui o país? O presidente da ONU ser português dá uma imagem favorável do nosso país? Só se for em altas esferas, porque inculta me confesso, não faço ideia da nacionalidade, por exemplo, do Kofi Annan (ai como eu espero que esteja bem escrito)... até admito que no computo geral possa trazer mais valias para Portugal e até preconizo que António Guterres não é Durão Barroso, já que nunca gostei do segundo.

Mas daí ao Presidente ir à sede da ONU promover um candidato????

A mim soa-me estranho.

...... mas se calhar sou eu....... 

 

[Ok, Kofi Annan é oriundo do Gana. Não resisti a confirmar se o nome estaria bem escrito e tropecei na nacionalidade do senhor].

Ainda não contei praticamente nada sobre as FÉRIAS

- que merecem mesmo as maiúsculas quase todas do alfabeto -

deste ano

- só não merecem mais porque foram estupidamente curtas...

 

Bom, quando chegámos à quinta, constatámos que não tínhamos rede para o telemóvel - ali só MEO - internet, ficava no risquinho único, pelo que até dava para ir às redes sociais e dar à língua (o que fiz com os meus filhos), e daria para postar, agora para abrir o que quer que fosse, debalde. Televisão nos quartos, nananinanão, só numa "área comum" que tinha um sofá. Mais nada.

Ora, foi chegar e 'pendurar as botas' tecnológicas, mediáticas, the works.

 

- e foi tão bom, tão bom! 

 

Acompanhei os fogos na Madeira à hora de almoço - íamos à vila almoçar, e o restaurante tinha a tv ligada. Não sendo eu a pessoa da família mais ligada ao pequeno écran, não conseguia despegar os olhos da dita (sem som, como se quer), de tal maneira que o Victor se sentava de costas para a mesma - ele que até é o gajo que mal entra em casa pega no comando e dá-lhe no ON. Mas tirando aqueles mais-ou-menos 30 a 40 minutos diários, não havia (sobre)carga informativa para os meus neurónios; as férias foram mesmo férias.

 

No segundo dia já tinha perdido o tino: nem sabia que dia da semana era, nem há quanto tempo estávamos naquele paraíso. Fundamentalmente os nossos dias eram passados com dois medidores temporais: combinámos com o estalajadeiro que o nosso pequeno almoço seria às 9:30h, pelo que uns trinta minutos antes, se ainda estivesse a dormir, o marido acordava-me. Vestia o caftã por cima do fato de banho e descíamos. Tomávamos o pequeno almoço (fresquíssimo, semi biológico) sob uma pérgola, numa grande mesa de madeira marcada pelo tempo, e havia sempre um gato muito meigo que nos fazia companhia. O gato e vespas.

 

DSC_0084.JPG

 

Depois, subíamos ao quarto, eu pegava no saco onde tinha os protetores e duas revistas, e íamos para a piscina. Quando o calor se tornava insuportável, estava na hora de ir almoçar. Enfiava o vestido de malha de algodão, calçava as sandálias e ala para a vila. Quando regressávamos, repetíamos a indumentária da manhã, e voltávamos para a piscina. O jantar era leve, iogurtes, fruta, bolachas... ainda íamos até às camas de rede, onde bebíamos uma última sidra/cerveja e ficávamos até cansar. Depois, recolhíamos ao quarto, hora do duche e de mimar a pele, e deitávamo-nos. Umas noites líamos outras nem isso.

 

DSC_0079.JPG

 

O Victor adormecia primeiro, eu ficava a ouvir as cigarras, os grilos, as rãs...e o sapo, que vinha saltar para a escada que acedia ao quarto enquanto fazia um croack valente que abafava o coachar das rãs. E lá ao fundo, às vezes, ouvia-se um mocho.

À volta haviam javalis, muitos. Havia um empregado encarregado de lhes deixar sacas de comida de noite, e de manhã não havia uma migalha de sobra... e viamos corvos, milhafres... e haviam umas borboletas coloridas, grandes e lindas que vinham espreitar ao final da tarde, quando as libélulas já se tinham recolhido. E vespas. De manhã, tarde e final da mesma.

 

Nestes dias usei duas mudas de roupa, além do caftã e dos dois fatos de banho - um para de manhã e outro para de tarde. Calcei uns flip flops e umas sandálias rasas. Podia, por isso, ter levado um saco minúsculo com a roupa. Até isso foi um super no brainer

 

Ao correr dos dias perdi vocabulário, perdi até palavras simples, esqueci autores e nomes de livros, tudo. O meu cérebro manteve apenas em funcionamento os serviços mínimos, pelo que, enquanto estive fora, nem UM livro li. Dembulei pelas paginas das quatro revistas que levei comigo, e pouco mais.

 

O embate do regresso foi maior quando me vi de novo em casa. Apesar e ter perdido a conta dos dias, as férias tinham durado menos de uma semana.

 

A fazer? Só esperar - com força - para o ano alargar o tempo fora para dez dias. Nem mais nem menos...

Estou sem chão.

Vá-se lá saber como, o AVG hoje, à abertura do browser, brindou-me com uma pagina com um motor de busca yahoo, que em baixo mostrava os sites mais visitados por mim, onde se incluía a Amazon espanhola. Ora, EU NEM SABIA que nuestros hermanos tinham uma!!!!, quanto mais visitá-la... mas foi automático: eu que uso a britânica, achei que estava mais que na hora de conhecer a daqui ao lado - sempre podia poupar qualquer coisita... em dinheiro, já que a moeda é a mesma, e em tempo, pela proximidade...

E vai daí procurei pelo you book, de que falei aqui, lembram-se? E sim,os espanhóis também têm disponível. Aqui podem comprovar, tal como o preço, desde €25,88 - usados.

 

WHAT?!?

 

Corri à britânica. Aqui o resultado, e o preço: £6,99, novos (sendo os usados a partir de £1,73) o que paguei há uns meses.

Vão falar-me em portes? Pois bem, comprei na altura dois livros NOVOS, o segundo custou-me mais uma libra, e chegaram-me às mãos por £19 e uns trocos. Esperei coisa de dez dias, tanto quanto me lembro, mas podemos pedir urgência, é só pagar a diferença... até assim, não fica NEM PERTO de comprá-lo na sucursal espanhola.

Estou pasma, juro. Eu sei que a economia de mercado é uma coisa que não tem de fazer sentido, mas estes contrassensos descarrilam-me...

b28b776c831fcac0bff0f0d344bbfc71.JPG

02 Set, 2016

Valhamosantinho...

Todos temos daqueles problemas, maiores ou menores, que se abatem sobre nós qual trovoada e nos tornam os pensamentos barulhentos. E no meio do ruído, acabamos por não conseguir ouvir a resposta às dúvidas mais básicas... esquece-mo-nos até de sentir fome, ou sede (a segunda é a mais comum)... e outras pequenas coisas do mais habitual e costumeiro...

Habitualmente levo o Rocinante ao posto de abastecimento, no máximo, a cada duas semanas, e dou-lhe de comer. Isto perfaz o bonito total de 24 vezes por ano (garanto que é mais), e ontem, dei por mim a olhar para as mangueiras completamente em branco, sem saber com qual das gasolinas devia encher o depósito.

Felizmente não estava ninguém atrás de mim, pelo que sem sobressaltos pude ligar ao Victor a perguntar

'olha é 98 ou 95?'

que quanto mais me concentrava em encontrar a resposta sozinha mais esbatidos iam ficando os contornos e a mancha branca se ampliava. O homem esteve a rir durante um punhado de minutos, durante a chamada e depois de desligar...pudera.

A gente leva o barco a bom porto, ou pelo menos conseguimos mantê-lo à tona de água no rumo possível, independentemente da bravura das aguas e da gravidade da tempestade, mas perdemos a capacidade de reconhecer pequenos indicadores e vamos andando em piloto automático. E, às vezes, como que acordamos de um sonho atribulado, olhamos em volta e não reconhecemos onde estamos.

É estranho? Sem dúvida. Mas mais complicado se torna se começamos a entrar em parafuso e assumimos que estamos com algum problema grave de memória, o que não é o caso.

Quando a cabeça está demasiado cheia, elimina tudo o que pode e utiliza o espaço daí resultante para lidar com os tsunamis que nos pontuam os dias e noites.

Assim de simples.

E de desesperadamente irritante...

duvidas-ead-300x226.jpg

 

florence foster jenkins.jpg

Some may say that I couldn't sing, but they will never say that I didn't sing.

 

Foi uma loooonga espera... o filme estreou em terras de Sua Majestade quando estava em Londres, a 23 de Abril, e havia um sem número de autocarros a publicitá-lo. Nessa altura já tinha lido qualquer coisa (pouca) sobre a pelicula, que me tinha deixado a salivar... convenhamos que um filme que junta a grande Meryl e Hugh Grant tem tanto de improvável quanto de irresistível! Tenho ideia que esteve de data marcada para estrear por cá em Maio (vi na altura no IMDb), mas a verdade é que acabou por ser empurrado para a rentrée, e hoje foi o dia.

 

E posso dizer que valeu a espera.

 

Dizer que a atriz está fantástica vai sendo um lugar comum... já sabemos todos que ela é fabulosa e veste os personagens como ninguém, e tudo e tudo... e esta Florence Jenkins não só não desilude como consegue entrar-nos no sangue. O filme está construído num crescendo que mimetiza as reaçôes de Cosmé McMoon, o seu pianista, desde o momento em que este trava conhecimento com a diva. Rimos despudoradamente no primeiro quarto de hora, e vamos perdendo o sorriso e aumentando a empatia, a sensação de ternura invade-nos, e às tantas quase que entramos filme dentro e tapamos os olhos e ouvidos de Florence para a distrair por forma a evitar que tome contacto com a  realidade.

 

O momento do espetáculo no Carnegie Hall é o momento do filme em que a emoção já corre com rédea solta - e em que convirá aos mais sensíveis terem uns lencitos de papel à mão...

 

(pois se até aqui a escriba abriu a torneira - e mais cedo...)

 

Stephen Frears faz um trabalho extraordinário, e consegue fazer a emoção transbordar do grande écran com uma cadência contínua e certeira, que nos agarra a todos num Bolero de Ravel de emoções. 

O que eu gostava de ver este filme nos Óscares! Não sendo o filme tipicamente óscarizavel, pode eventualmente sonhar com uma nomeação na categoria de atriz principal pelo trabalho sublime de Meryl Streep, mas é só. Mas quanto a mim, é um bouquet de ternura e emoção muito bem composto, que vai passar a fazer parte dos meus filmes favoritos.

Muitíssimo bom.

Se querem ter uma boa ideia da história do filme, e da Florence verdadeira, espreitem este clip promocional, que consegue contar bem quem foi a diva.

 

 

De ver. Mesmo, mesmo, MESMO!