Isto,meus senhores é impressionante em video. Nem consigo imaginar o que seja ao vivo!
Nem se atreva a sair sem ver!
Obrigada.
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Isto,meus senhores é impressionante em video. Nem consigo imaginar o que seja ao vivo!
Nem se atreva a sair sem ver!
Obrigada.
A minha avó era a melhor cozinheira do mundo. E detestava cozinhar - acho que o detestar dela era igual ao meu, não era o ato em si, era mais a tomada de decisão. E, no seu caso, o não sair praticamente da cozinha durante todo o dia, porque a família não tomava as refeições sempre junta, e ela não se coibia de fazer pratos diferentes para as netas. Mas tudo o que saía daquelas mãos era de lamber os dedos. A mãe, embora fosse pela lei do menos esforço, e já que tinha a avó a viver connosco, encostava-se um bocadinho (longe de mim criticá-lo!), de vez em quando enfrentava bravamente a cozinha e... saía à mãe. É que tanto uma como outra 'tinham mão', sendo que a mãe fazia coisas que só ela sabia fazer, coisas que lia nos livros ou revistas, o que a avó não fazia, porque era analfabeta.
Mas havia uma coisa que a avó adorava fazer: passar a ferro. Ela lavava a roupa, estendia-a, lavava nódoas difíceis no tanque, e se necessário punha 'à cora' - que é uma coisa que me lembro dela fazer, que sei que tirava manchas, mas não me perguntem mais nada, que não faço ideia; acho que era com o antigo sabão azul e branco, ou Clarim...
E depois apanhava a roupa a cheirar a sol, abria a tábua e sentia-se no céu. Os ferros eram com fundo em inox, mas ainda não tinham vapor incorporado, pelo que ela fazia assim: agarrava numa garrafa de plástico vazia (penso que seria de vinagre) e aquecia um prego. Com o mesmo fazia cinco ou seis buraquinhos na tampa, enchia com água da torneira e ia borrifando as zonas difíceis enquanto passava. A roupa ficava fabulosamente impecável.
Quando eu casei, a avó veio morar connosco. Tinha 83 anos. A escolha foi dela, entre ir morar com a filha ou a neta e bisneta, escolheu a segunda hipótese. Eu tinha um estendal imenso, com seis ou sete metros - todo o comprimento de uma varanda gigantesca - com duas'cordas' onde cabiam duas máquinas de roupa. E no Verão começava a estender numa ponta, e quando acabava, regra geral uma parte das primeiras peças já podia ser apanhada.
Ora quando ela se mudou para nossa casa, ocupava-se da roupa (e das refeições dela, até deixar de ser seguro ela mexer no fogão). E apanhava a roupa mal ela estava seca - passava o tempo dentro e fora, a verificar quais já podiam ser recolhidas, e fazia aquilo que me ficou na memória: passava a roupa a ferro com as mãos. Esticava, ajeitava, passava as mãos uma, outra, e outra vez, dobrava, repetindo os gestos uma e outra vez, com todo o cuidado, e ficavam prontas a ser guardadas. E nos primeiros dois anos (pelo menos,que me lembro) insistia em passar a ferro as mais difíceis - lá arranjámos um ferro sem vapor e uma garrafa pulverizadora de jardinagem, pequenita.
Claro que um dia chegámos junto dela e estava a passar a ferro com a incontornável garrafa de vinagre de tampa perfurada ao lado. Cheínha de agua da torneira.
O nome Alan Turing diz alguma coisa a alguém que está a ler estas linhas? Vá lá, não se falou dele assim há tanto tempo...
Pronto, eu mostro uma foto...
E agora, já alguém temuma ideia?
Ok, última oportunidade... por aqui acredito que talvez quem ainda se sente perdido chegue lá...
Alan Turing foi aquele génio matemático que conseguiu descodificar a Enigma - o sistema de códigos secretos usados pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial. Mais, e resumindo MESMO MUITO, podemos dizer que é devido a ele que hoje vos escrevo este texto: foi ele o pai do computador.
Em 1952, independentemente dos serviços prestados à nação e ao mundo, Turing foi condenado por atos homossexuais, e sujeito à administração de hormonas femininas e a castração quimica. Dois anos depois, ingere cianeto por forma a pôr termo à sua vida. Estava à beira de completar 42 anos.
Em 2009 o então primeiro ministro Gordon Brown apresentou uma desculpa formal/pública pelo sucedido e na véspera do Natal de 2013, a Raínha concedeu-lhe o perdão real pela condenação por homossexualidade.
E ontem, ah, "Hoje é um dia verdadeiramente memorável", disse Gyimah ontem, ao assinalar a entrada em vigor da "Lei de Turing", diploma batizado assim em honra de Alan Turing (1912-1954), com esta lei o governo britânico concede um indulto e um "perdão póstumo" a milhares de homens condenados no passado no Reino Unido por serem homossexuais ou bissexuais.
Desculpem, mas estão à espera que aplauda?
Depois de esperarem mais de meio século para concederem um indulto que nem chega perto do desumano que foi o que fizeram passar aos condenados?
Querem que aplauda. Pois que não.
Pois e verdade que o mês está quase a acabar! Juro que não foi facil lembrar-me 'tens de fotografar! Tens de fotografar!", porque sou uma pessoa que, apesar de ter escolhido um telefone (da 'range' a que podia aceder) que tirasse fotos que me agradassem, não sou de andar a brami-lo, em riste, a fotografar tudo e um par de botas. Ainda hei-de - não sei quando nem onde - fazer um ou dois workshops de fotografia, mas primeiro tenho de conseguir comprar a máquina...
(bucket list it goes, so far).
E então esta semana foi assim:
Legenda:
1. (dia 21) Domingo geralmente é dia de preguiçar no sofá, ver filmes, séries, dar uma vista de olhos nas revistas mais recentes... no dia em que esta foto foi tirada, domingo dia 2 do último Outubro, estávamos em Alcácer do Sal, a celebrar o meu aniversário. Esta foto foi tirada do castelo, e gosto mesmo dela.
2. (dia 22) Dia de ir ao hipermercado fazer as compras da semana. Isto é uma amostra do que era preciso trazer - mais os nomnoms das bichanas. As tâmaras andam a substituir os açucares da fúrias... do açúcar!
3. (dia 23) Passas de uva não são apenas para o réveillon. É um bocadinho como o natal ser quando o homem quiser. E vai de virar um pacotinho e dar um break às tâmaras.
4. (dia 24) Perdi, vá-se lá saber como, quatro quilos. QUATRO QUILOS. Porque passei a consumir menos doces, porque passei a andar irritada, entusiasmada, furiosa, e tudo e tudo (maioritariamente conta do senhor Trump, o lado mais possesso e revoltado), e deixei de lado a minha bonomia de 'no pasa nada'. Não deixei de ser sedentária mas cá dentro tem mexido tudo. Um ponto assente, faça eu o regime que fizer: quando me apetece um doce, como-o. Equilibro as calorias de qualquer outra forma.
5. (dia 25) Ahhhhhh! O La La Land (não há filme cujo título mais me custe escrever, raispart'ádislexia...) está tudo aqui, não me vou repetir!
6. (dia 26) Wow! Finalmente conseguimos ver o Live by night/Viver na noite! Noutro cinema, sala pequena e com uma excelente imagem. E depois fomos jantar. A dois.
7. (dia 27) Mademoiselle Mia num momento de preguiça/adoração. Voltámos a não sair de casa, e eu confirmei que é capaz de ser boa ideia não voltar a comer pratos com natas fora de casa... podia ter sido muito mau, foi só uma indisposiçãozita... mas dispensável.
E pronto, foram as primeiras quatro semanas do ano. Portei-me bem, pois portei, e tenho intenção de continuar a portar. Agora vou ali espreitar as semanas das vizinhas (que colocaram as fotos quase todas... ontem).
Não é que, por agora, tenha muito mais do que aquilo que aqui vêm, mas se quiserem espreitar o lugar escolhido para colecionar as minhas preciosidades visuais, o lugar é aqui, ó
Esta noite foram entregues os SAG awards 2017 (que, como todos os prémios, são referentes ao ano anterior, i.e., 2016).
{ Parecerá um pouco estranho que se proceda a festejar e distribuir prémios em meio a toda esta instabilidade que se plasma num imenso ponto de interrogação cor de laranja. Mas há que ver o assunto de outro ângulo: é desta forma que as vozes se continuam a fazer ouvir, de cada vez, com mais força. E que se espalham à escala mundial. }
E caiu de vez o tabu, aquela coisa de que todos, ou quase todos, os prémios valem o que valem porque há muito mais envolvido de que filmes/series - implicando que se misturam coisas como política com os mesmos.
Pois este ano misturar política e prémios de cinema/televisão é assumidamente não só real, como aceite, recomendável - e vou mais longe, necessário. Kerry Washington, em poucos segundos disse o porquê, logo no inicio da transmissão:
E foi a isso que se foi assistindo no desenrolar da noite: a discursos de aceitação profundamente assentes em princípios políticos que gritam nas entrelinhas
NÓS NÃO TEMOS MEDO
de falar, de assinalar, de apontar o dedo, de defender os nosso direitos. Mesmo não sabendo o que daí vem ou pode vir. Este é também o nosso papel.
Abaixo, o discurso mais emotivo da noite.
2017 é o ano em que o politicamente passou a mais que correto numa sociedade a desconjuntar-se porque O POVO AMERICANO (obrigadinho!) deu a um homenzinho o poder de fazer o que lhe aprouver, não porque saiba o que está a fazer, mas porque pode.
Para a lista de premiados, espreite aqui:
(para ver outros discursos, vá a you tube e procure por SAG acceptance speeches)
Há dias que são engolidos por momentos difíceis. Momentos em que ouvimos o que não queremos - nem merecemos - e que são 'inverdades' absolutas, na medida em que, apesar de serem completamente falsas, quem as diz acredita no que profere.
O que nos leva a repetir explicações esquecidas e a acrescentar pormenores que suprimiramos para não magoar/culpabilizar/marcar o outro.
E depois o momento passa, e fica o estômago embrulhado e o desconforto da incrudelidade. Mas passa.
Depois vêm as horas seguintes, que estão ali para fazermos ninho, para nos encostarmos e rechassar o mau estar para fora das janelas fechadas. Então descobrimos que não é tão natural como gostariamos. E que existem pequenos obstáculos que nos limitam o acesso ao colo que nos acalmaria o mal estar...
( não editado)
Chamam o meu número. Aproximo-me do balcão e entrego a senha à funcionária. Identifico-me enquanto cliente e passo a informar o que quero. Depois do pedido registado, as caixinhas de diferentes cores são empilhadas à minha frente e posteriormente ensacadas. É-me dito o valor a pagar.
Por uns míseros milésimos de segundo ponho a hipótese de sair da loja a gritar e a agitar os braços como se tivessem acabado de atentar contra a minha vida.
Respiro fundo. Entrego o cartão à funcionária e não é que os dedos o deixam ir na maior das displicências enquanto cá dentro uma vózinha grita não! É pornográfico! É pornográfico!
Marco verde-código-verde sem sequer mirar o visor. No final, quando sai o talão, a funcionária confere comigo, linha a linha até à última: Total, €80,00 (e uns cêntimos)
Aceita degustar um café? Aquiesço. O vintage? - que até já ia no saco, mas que ainda não tinha provado. Claro. Não, não ponho açúcar só quero o agitador. E deixo-me ficar a encimar um banco de bar no 'espaço para membros', a mexer o café sem pensar que acabei de gastar uma pequena fortuna em café.
(isto de só tomar café em casa - excetuando raríssimas exceções... - não fica barato)
Tenho andado entusiasmada. Super entusiasmada.
Pois que botei as mãos no recorte que tinha feito, atirei o x-acto (travado, claro) para o lixo, e rasguei aquilo tudo ao puxão. Neste momento tenho cor, muita cor, tanta cor, e toda a luz. Estou longe de deslindar tudo o que há para descobrir em relação ao que me dá prazer e faz feliz, mas vou reconhecendo e assinalando coisas, um bocadinho todos os dias - às vezes um bocadão.
E mexo-me. A maioria das vezes sem sair do lugar onde me sento para trabalhar - no sofá, ao lado do aquecedor e sempre com uma gata ao colo. Mexo-me por dentro, exalto-me, irrito-me, zango-me, exulto, rio-me, gargalho.
Saio para dar as voltas que já dava antes.
Troquei alguns dos cafés que tomava antes por tisanas, porque com demasiada cafeína, em meio a tanto entusiasmo, arrisco-me a aterrar em cima do Matt Damon [aka The Martian], em Marte.
E no meio desta centrifugação toda, eis que me resolvo subir de novo na balança. E... perdi quatro quilos.
QUATRO.
QUILOS.
Não fiz alterações às minhas rotinas. Digamos que em meio a tanta coisa a acontecer à minha volta, deixei de sentir aquela necessidade de me soterrar em açúcar - no entanto despacho 250 gramas de tâmaras numa noite, a brincar! (esta semana, já vou em 750 gramas). O meu pequeno almoço continua a ser, maioritariamente, um grego de baunilha com müesli de chocolate (tenho que trocar: isso para o lanche da tarde e o batido para o pequeno almoço a ver se consigo engolir a maca... detesto o sabor arghhhh... adiciono uma colher de chá à medida do protein breakfast da Gold Nutrition... pode ser que resulte )
E quanto a jantar é igual a antes. Esta semana já fiz pizza duas vezes. Hoje vou jantar com o marido... mas não vou comer sobremesa (regra geral não como, só quando somos muitos, para esticar um bocadinho mais o pagode).
De resto não tenho feito mais nada.
Some gals (sometimes) have all the luck
(mas isto é só o pontapé de saída... ainda faltam um ror deles para perder... mas é um de cada vez, que não vou apanhar nenhum comboio)
Os Monty Pyton sabiam-na toda... lembram-se de 'Always look on the bright side of life'? La La Land é um monumento erigido nesse principio.
O filme roça o perfeito.
Podemos falar no Ryan Gosling (aliás, devemos falar no homem!) que além de atuar, toca piano (não sei se bem, dúvido que o que ouvimos seja o som que sai quando ele toca nas teclas - mas hei-de procurar a explicação oficial - mas definitivamente, toca), canta - e bem, se me permitem, embora não seja caso para marcar digressão - e dança. Não é o Fred Astaire, mas dança.
E cá entre nós, boas raparigas que somos, mesmo que fingisse que tocava piano e
martelasse as teclas ao calhas, não cantasse um cu,
e dançasse com dois pés esquerdos, a gente aplaudia. Porque ele é o Goslin...
E passemos a Emma Stone. Àquela atriz que tem aquele par de olhos que nunca mais acabam. Ela atua. Ela dança. E canta, mas com a voz num tom tão baixinho que levamos o filme quase todo a duvidar que ela consiga, de facto cantar. Como eu disse, o filme quase todo...
Quem também entra no filme é John Legend, que o co-produziu.
De resto, pronto, é do Damien Chazelle, que o escreveu e realizou. E que já tinha realizado o fantástico Whiplash - Nos Limites.
La La Land é um musical que transborda fantasia e otimismo. A canção que vai ganhar o Óscar de melhor canção (aposto o que quiserem!) arrepiou-me.
O filme é cor-de-rosa, é fofinho, é doce. A gente derrete-se. Eu derreti-me.
E chorei, pronto. Chorei. Mas agora ando armada em chorona...
por isso o facto não lhe tira nem lhe dá pontos.
Mas La La Land é muito mais de que um filme.
La La Land é uma bandeira.
La La Land grita que podem vergar-nos mas não nos quebram.
La La Land é um rasgão num céu cinza carregado por onde trespassa um sol que encandeia.
É esperança. É o copo meio cheio. É um manguito à situação política atual.
Sempre se disse que os Óscares são sobre tudo menos filmes - e sempre me enjoou a ideia. No entanto, e contra o que alguma vez pensei ser possível, eu este ano espero que isso tenha um pouco de verdade. Espero ver aquela gente que esteve atrás e à frente das câmaras subir 14 vezes as escadas e agradecer 14 vezes o prémio.
Cada Óscar entregue a La La Land é um imenso manguito mudo à política do novo presidente dos Estados Unidos. Caberá aos agraciados decidirem dar-lhe, ou não, voz, e escolherem os respetivos decibéis.
Se eu tinha reticências quanto a voltar a fazer a direta do costume para acompanhar a entrega, hoje esta esfumou-se.
Dia 26 estarei a fazer força, toda a força do mundo por um filme que merece, porque é bom.
E porque a esperança, ah, essa não tem preço!
A sério.
Não, mesmo a sério, isto aconteceu, foi verdade.
No Masterchef Brasil 3, no ano passado, houve um concorrente português, Nuno Codeço. Na prova introdutória, que chamaremos noves fora nada, ele foi incluído no grupo dos concorrentes não brasileiros. Até aqui tudo correto. E estes até se exprimiam lindamente na língua de Camões, de forma perfeitamente percetível
- mas isso digo eu, deste lado do Atlântico
independentemente disso, decidiram legendar os três concorrentes. Sim: legendaram em português o que o português ia dizendo.
Ora aquando da finalização do prato de Nuno - que por acaso até foi bacalhau com natas (mmmmmmiam) mas isso agora não interessa nada... - que é feita em frente aos jurados, a chef Paola Carosella indagou o número de anos que Nuno estava no Brasil, ao que este respondeu cinco. E é aqui que o chef Érick Jacquin dá o traque verbal mais ruidoso que lhe é possível (aos 4:02 do vídeo)
Cinco anos no Brasil e nem fala português ainda?
Honestamente, e depois de ver o vídeo duas vezes (e de já ter visto duas temporadas de Masterchef Brasil, que é uma versão de que gosto) acho que a intenção do chef Jacquin (e se alguém precisa de uma legendagem que quando em vez é o mesmo) terá sido jocosa. Profundamente triste, de um imenso mau gosto. mas uma daquelas piadas que eles fazem de cara fechada para intimidar os concorrentes nos primeiros dias. E aquele era o dia zero.
De qualquer forma, e porque não quero que vos falte nada, olh'aí o vídeo da discórdia...
O que acham?
Brincadeira de mau gosto ou boca idiota de francês ranhoso?