Há coisas que me irritam...
A sério.
Aquela coisa do fado da desgraçadinha, dá-me cabo dos nerves, aquelas pessoas que se o sol brilha vão buscar os binóculos à procura de uma nuvem, e se calha encontrarem uma, por mais pequena, isolada e branquinha que seja, desatam a chorar, puxar os cabelos e "rasgar as vestes", aqui d'El Rei, que desta é que é, isso, ponham-se ao solinho, a bebericar e a aproveitar, que vem aí borrasca,e já vão ver como elas mordem...
Estes arautos da desgraça, que não conseguem - nem sabem, infelizmente - estar bem, e fazem por pôr toda a gente o pior possível, só me dão vontade de uma coisa: guardar distancia, por bem das minhas little grey cells e do meu sistema imunitário, que este tipo de pessoas até nos põe, de facto, doentes...
mas assim, MESMO, são as pessoas que têm a certeza. Seja lá do que for, não tem qualquer dúvida é assim, mesmo assim, sem tirar nem pôr, os outros estão todos errados, eu é que sei.
E eu que nem gosto de confrontos, engulo (em seco apesar de custar a deslizar, mas prontes) e preparo-me para atravessar para o outro lado da rua, adeus até à próxima, e coiso... e é nesta altura que sacam da fita métrica e com pleno conhecimento de causa a minha vida é e foi desde sempre muito pior que a tua, na volta.
É assim, dá-me (pois dá), vontade de colocar em cima da mesa o CV e obrigar o interlocutor a lê-lo pagina a pagina, à minha frente, que a minha história terá eventualmente tantas paginas como o Processo Marquês, e no fim perguntar
vá, e agora, ainda teimas???? Guarda mas é a fita métrica e volta para casa!
Mas não.
Da minha vida sei eu, e não a exponho por concurso de a minha vida é/foi pior que a tua. Com a maior graciosidade que consigo, recuo, e dou a partida de barato, pois que nem é preciso usar a fita, que eu não ponho a minha a jeito de ser medida.
(e sim, querida, da outra vez não era mas desta, é - também, mas não só - a teu respeito...)*