Pois e que nunca mais falei dos gatinhos do quintal.
Porque estou zangada com eles.
Dou-lhes de comer todos os dias, mas é assomar-me à janela, distribuir os pedacinhos de paté, encher as duas tigelas com ração e vir para dentro.
Tudo porque as duas parvas que pariram com 24 horas de diferença começaram por misturar as crias. Podia ter corrido tudo muito bem, como nos primeiros dias, mas depois uma delas (a mais nova) passou-se da marmita e resolveu mudá-los de lugar - todos. E a outra mãe (a branca) ia buscá-los e punha-os de novo dentro da casota, e recomeçava tudo outra vez. Até que a branca, farta de andar a ir buscá-los onde a outra os punha começou a escondê-los atrás dos vasos do quintal abandonado por baixo de minha casa. E a outra descobria-os e levava-os. Chegaram a estar as duas com o mesmo gato, uma a segurar pelo cachaço, e a outra a puxar por onde conseguia agarrar. Um dia desapareceram com eles para um outro quintal abandonado, a três quintais de distância. Os gatinhos já estavam demasiado pesados para a branca conseguir vir com eles para cá... nos primeiros dois dias, elas ainda lá iam, mas depois cada vez que eu ia à janela, elas estavam ali ao pé da casota, e sem os pequenitos...
Entretanto a Princesa, que teria parido quatro ou cinco dias antes delas algures no mesmo quintal onde estariam agora estes, começou a aparecer menos vezes. E a parva da mãe mais nova começou a atirar-se descaradamente aos machos (sinal de que não teria, já, crias). E passado todo este tempo, não há sinais dos gatinhos que já deveriam ter aparecido - ou sido avistados por alguma das vizinhas dos andares mais altos, e ninguém viu nada. A Princesa aparece muito de longe em longe, e a parva da mãe mais nova corre com ela!
A Princesa está triste - e, mal por mal, gordinha... mas gatinhos, népia.
Por isso estou zangada com as criaturinhas. Porque se a parva da mãe mais nova não encasquetasse mudar as crias de lugar, eles ainda estariam vivinhos da silva. Porque pelo menos podiam não ter rejeitado a Princesa, que é da primeira ninhada - a do Bebé, que sobe à minha janela, e da Oìnhos (a mãe branca).
Aos, agora, cinco juntou-se uma gata adulta (pelo que pude vislumbrar ontem é uma fêmea) azul que quando chegou aqui não sabia sequer miar, e os outros aceitaram-na. Não se enrosca nos outros mas deita-se perto.
Farta destas criaturinhas parvas. Ou desta criaturinha parva, a mãe mais nova, que parece que é a dona disto tudo... sempre quero ver o drama que vão ser as próximas ninhadas... não quero saber, não vou passar horas a olhar para as crias e a falar com as mães.
PQP!