Como todos sabemos, esta pandemia tem sido arrasadora em mais vertentes de que a mais óbvia.
E neste aspeto (só) posso falar de mim.
Desde o primeiro confinamento que ensombrei. E quando foram levantadas as restrições da primeira vez, fiz a minha vida, ainda que mais limitada, como antes mas - e este mas tem um peso absurdo - o ar estava diferente, o medo era palpável, a máscara ainda se estranhava... honestamente não tenho grande memória desses meses, só um ou dois flashes que não são assim muito positivos. Fui, recordo, duas vezes ao cinema, uma sozinha e outra com o meu marido, e pouco mais.
entrei na autoestrada, onde ainda não tinha entrado este ano, e fiz os dez quilómetros a chorar e a dizer palavrões
E depois caiu o Carmo e a Trindade, deu-se o segundo confinamento, e fui mirrando por dentro. Sobrevivendo, levando a vida devagar, com muita calma, o marido em casa em teletrabalho, juntos 24/7, dentro e fora de casa. Houve semanas em que nem toquei no Rocinante - e quem me segue há mais tempo sabe o importante que sempre foi, para mim, conduzir. O trio que todos fizemos, casa-supermercado-casa, fez com que ainda hoje quando penso em sair, faça um inventário mental do que me está a fazer falta trazer de um deles...
Portanto, foram dois meses ou três que me pareceram um ano ou dois, a viver num triângulo de 3 quilómetros de lado. E quando começou o desconfinamento mantive-me limitada a este espaço - e verdade seja dita, que poderia ser MUITO pior.
MAS.
E há pouco mais de uma semana entrei no carro e dirigi-me ao lugar onde, antes da pandemia, ia pelo menos uma vez por semana. Entrei na autoestrada, onde ainda não tinha entrado este ano, e fiz os dez quilómetros a chorar e a dizer palavrões. Foi uma viagem catártica - foi como se uma flor murcha tivesse começado a voltar a ganhar vida. Tive a perfeita noção do quão amarfanhada, consumida, limitada, fiquei com todas as restrições vividas, de como ínfima me sentia... tinha-me perdido algures e naquele momento comecei a reencontrar-me. Quando cheguei ao Centro Comercial e estacionei já estava calma, e pude subir ao segundo piso, dirigir-me aos cinemas e comprar o bilhete. E depois, a familiaridade da sala de cinema e do grande ecrã, foram como um xaile quentinho e macio sobre os ombros.
A felicidade, a minha, é muito isto. E passa, antes do mais, por poder. Poder sair, poder ir. Poder escolher. E foi isso que nos foi tirado e me ia matando por dentro: a liberdade de escolher o meu caminho. Foram paredes, literais e figuradas, que se abateram sobre nós e nos restringiram os movimentos, como se tivéssemos sido metidos dentro de uma caixa de sapatos. E que me fizeram perder noção de quem era.
Entretanto já voltei ao cinema, já fui a espaços familiares, e o céu é o limite! Posso até não sair, não ir, não fazer, mas é porque EU decido assim. E isso dá-me uma paz de espírito que nem vos conto...
** e porque não gostaria de voltar a ser espartilhada, cumpro todos os requisitos definidos pela DGS, máscara SEMPRE (o meu truque é ter sempre duas comigo, uma cirúrgica e uma FFP2, e ir alternando...), álcool gel, distanciamento social... façamos todos o mesmo, vamos parar esta coisa!**
- não fujam já, eu preciso MESMO que me digam de vossa justiça...
(a entrar devagarinho, corada de embaraço, paro e olho para a ponta dos sapatos, embaraçada...)
...e vou dizer o quê? Que mais uma vez estive ausente um ror de tempo e desta vez volto mesmo, MESMO a sério? Bah, vocês não acreditam - e olhem, eu também desconfiaria.
Tenho coisas várias para contar, pensamentos e emoções que me assaltaram nos últimos tempos. Quero falar-vos do mossa que o confinamento me fez, e da forma como essa realidade me assaltou. Tenho de vos dizer o que tenho andado a fazer, onde tenho ido e onde pensei ir e acabei por desistir - e porquê. Quero mudar o Livro Mistério para junho, fazer dois antes do agosto-das-férias-grandes, e em setembro logo vemos de continuamos ou (re)criamos outras coisas e atividades giras.
E agora,
Alerta!!!
Olga, Marquesa, Concha, Maria Araújo, Peixe Frito, Imsilva, Luísa De Sousa, Maria, Ana D., Célia, Charneca Em Flor, Miss Lollipop, Ana Mestre, Ana de Deus, Cristina Aveiro, bii yue, e José da Xã, quanto ao desafio dos quadros (que hei de explicar), tenho MESMO de vos perguntar: avançamos com um desafio agora, ou guardamos para depois das férias? A fazermos 12 semanas, se começássemos na primeira quarta feira de junho, o desafio prolongar se ia até ao final de agosto e não sei se se têm disponibilidade para escrever estando de férias... contem-me como querem fazer - uma outra hipótese seria fazer o desafio com 8 semanas e acabar mesmo antes de agosto, por exemplo.
Digam-me tudo... a vossa disponibilidade ou falta dela.
Eu explico: este em que vos escrevo desde sempre resolveu que já tinha entrado na idade da reforma e reclamou descanso. Ora, eu escrevo sentada no sofá com o dito sobre os joelhos, e o outro pc da casa, embora seja portátil, é muito maior e não dá jeito nenhum para ter ao colo, por isso tem uma secretária - sim, a dita é mesmo para ele estar. Consto como utilizadora, mas é pá, secretária, rato - rato, eu??? - não é comigo. O útimo post foi lá escrito, sabe deus a que penas, nem me ajeito com o touchpad (sou teimosa que nem uma mula e não-que-não uso o rato nem morta), porque tem uma alturinha que o meu não tem e acabava por carregar onde não havia botão.
Juro que já estava a ver a minha vida a andar para trás já que, com o casamento da minha filha em janeiro, não tenho planos para adquirir um bicho novo tão cedo.
E hoje voltei a abrir o pc para ir ao banco, e a coisa estava na mesma. Ó céus!!!
E diz o mê hóme: faz atualizações. Verifica lá se tens alguma pendente, e faz.
E então...
Hole and behole
problem solved!
E é por isso, que estou muito alegre, feliz e contente. E grata, ó tão grata...
- não é preciso dizer que na foto não sou eu, certo? É que para além do mais não uso ai-coisos...
Coisas sobre mim que vocês não sabem... e passavam bem sem saber
... porque há vida para além do snooker (e agora nem há snooker durante um bom par de meses - e não, o par não são dois), também tenho lido. Depois de acabar Um amor na Cornualha, li Noite de Reis da Ashley - titulo original, The twelve days of Christmas
- e pergunta-me a minha filha, ó mãe a leres livros de Natal em abril? Não houve como fugir ao cliché que Natal é quando um homem quiser...
seguido por #AiQueNãoMeLembro. Depois, li A Improbabilidade do amor de Hannah Rothschild - e adianto já que o titulo do livro é o nome de um quadro. Muito bom. Agora estou no inicio de Whitney meu amor, de Judith McNaught mas está a custar a pegar. Gosto de ler livros que me agradem, e às vezes #QuantoMaisLeveMelhor, mas este parece-me mesmo leve D-E-M-A-I-S... não é o primeiro livro dela que leio, mas este é o primeiro que escreveu, se calhar é por isso...
E depois, tenho visto. Voltemos à esferovite... a minha pikena recomendou-me o The Circle, um reality show, apesar de saber que eu não tenho por hábito ver tal isso. E acabei por queimar as minhas insónias com a ajuda dos americanos. Tenho de vos contar que durante a primeira temporada me perguntei porque raio é que estou a perder tempo a ver este cocó, a intervalos regulares - a resposta era porque se não estivesse a ver aquilo estaria a atrofiar com aquilo que eu chamo psicanálise de almofada, coisa que não (me) recomendo.
Mas continuei. E posso dizer que da primeira temporada passei para a segunda, da segunda para a edição francesa, e agora estou na brasileira - tudo durante a noite, é bastante melhor que tomar comprimidos. Dois episódios e os olhos ficam pesaaaados... só para que conste, gostei mesmo da edição francesa, o insulto "espéce de patate douce!" tem sido repetido a eito .
Antes disso vi The Bold Type - devorei as quatro temporadas em menos de duas semanas. Feminista, um nadinha efabulada, mas no core, bastante oportuna. Um O sexo e a cidade de millenials.
Entrementes, tenho também visto filmes, e nem vou falar de nomes, mas tem sido maioritariamente na Netflix. E para a semana vou ao cinema (dança da alegria) tenho TANTAS saudades!
Ah e tenho jogado Evermerge. Caraças de jogo viciante...
E tem sido isto. Agora, digo eu, já chegaaaa! Quero voltar para aqui que tenho muitas saudades de todos.