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Porque Eu Posso

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso

... e 'mái nada!

Sim, quem nunca?

 

Este post não começa com uma foto, porque não tem beleza nenhuma. Passei os últimos dias a considerar se devia ou não abordar este assunto, mas a verdade é que não o consigo deixar cair. 

 

Com os meus 54 anos, já devia saber que demasiadas vezes os golpes vêm de onde menos se espera. Ainda assim as pessoas, de quando em vez, conseguem surpreender-me, apanhar-me desprevinida. 

 

Vem isto a propósito de, no dia 13, ter recebido o seguinte comentário ao post "carta aberta à minha filha"

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No imediato, caiu-me o queixo, e em seguida respondi sem um pingo daquele cuidado que tento ter em situações similares, até com os benditos trolls, que felizmente há muito não se manifestam por estas bandas. E essa falta de diplomacia da minha parte deveu-se ao autor do comentário ser um dos meus mais queridos, daqueles que me acompanham desde pelo menos o primeiro lápis de cor desse desafio. E, meus queridos, doeu.

 

Doeu porque a pessoa em questão, mesmo não estando em posse de todos os elementos, se estivesse atenta aos elementos que partilhei neste espaço, estes seriam suficientes para não verbalizar tal pensamento. Pois que todos temos direito à nossa opinião, mas pô-la por escrito numa situação análoga, só provoca dor. E cão maltratado não se pontapeia

 

Bem sei que alguns de vós estão mais informados que outros, nomeadamente que esteve comigo pessoalmente. Mas não consigo conceber a gratuitidade do comentado.

 

Quero acreditar que foi escrito num impulso. Ainda assim é muito dificil compreender...

 

Habitualmente, quando um comentário me choca, volto a ler o post, para ver se enfatizei algo que não devia, ou se me expliquei mal. Neste caso não o fiz porque não consigo voltar a ler o post em questão. No entanto, e sendo uma carta aberta, não tem certos nem errados, tem sentimentos.

 

Para que não seja necessário irem até ao post referido, aqui fica a minha resposta:

 

Não fui eu que fechei a porta.

Acho que andas a ler pouco do que escrevo, e a entender mal. 

Acredita, com imenso pesar te digo: não fazes a mínima ideia do que falas!

E não vale a.pena entrar em diálogo: magoaste-me, e este é um tema sobre o qual não desejo voltar a abordar contigo".

 

Sem b'jinhos e não assinado pela Flor Branca (Fátima Bento).

 

- é mais um salva-tristes-figuras...

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Não sei se, como eu (às vezes), passam pedra pomes nos pés depois do duche ou banho, e depois, aplicam creme nos mesmos.

Não sei, igualmente, se hidratam a pele do corpo na mesma altura.

 

Eu, às vezes, que não há nada que eu faça sistematicamente, faço ambos, mas para hidratar a pele do corpo prefiro óleo seco, por ser absorvido mais depressa.

 

E então aqui vai o conselho: nunca apliquem o creme de pés depois de passar óleo nas pernasAs figuras que uma pessoa faz, senhores! Era o pé a fugir e eu atrás dele de meia em riste. Levei uns bons cinco minutos até conseguir calçar a ponta da meia e , finalmente, puxar o pé para a calçar.

 

Decorem a dica que eu não sou eterna 

Bacci

09 Mai, 2022

Rotina do camandro

- parte um, a mais chata.

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(foto de Valéria Boltneva, in Pexels)

 

Hoje fui almoçar sushi - agora quando vou almoçar fora durante a semana, é sempre sushi. E quando saí de casa ia convencidíssima a tirar uma foto e colocar no meu Instagram - a última atualização foi aquando da minha cirurgia, que foi no dia 31 de março - mas só me lembrei quando já estava dentro do carro... de regresso.

 

Quer isto atestar que continuo a mesma despassarada de sempre. O que não teria qualquer problema, não fora a alteração da minha medicação. Então se antes tomava o medicamento para a tiroide em jejum, os antidepressivos a seguir ao pequeno ao almoço, o resto antes de deitar e kaput, agora na-na-ni-na-não!

Então agora a coisa processa-se do seguinte modo: tomo uma cápsula em jejum para a úlcera (cortesia vocês sabem de quê, e da minha reação a isso), espero 30 minutos, tomo o comprimido para a tiroide e (mais) meia hora passada posso, finalmente!, tomar o pequeno almoço, seguido dos antidepressivos - gente, já ponderei comer a taça, tal não é a fome...

 

Para além do mais, ao esperar uma hora desde que me levanto até tomar o pequeno almoço, faz com que quando termino, este acabe por ficar perto do almoço... e meia hora antes deste, tenho de tomar um (outro) comprimido para o estômago, acompanhado de um ansiolítico (este último repete mais duas vezes durante o dia mas não tenho de estar atenta à hora certa...), tal como meia hora antes do jantar. E depois, por volta das 22:00h tomo o molho que tomava antes, agora com mais uma cápsula igual à que tomei em jejum. 

 

Antes de dormir leio dois ou três capítulos do livro do momento e ó-ó.

 

E agora perguntam vocês: e não te esqueces de nada disso, nunca? Então não?... os desgraçados que é suposto tomar 30 minutos antes do almoço e jantar são aqueles que acabam votados ao esquecimento, principalmente o segundo. Os meus horários são assim-a-modos-que-não-sendo, e quando faço o jantar nunca me lembro de tomar o referido... truque a adotar: tomar o dito cujo antes de começar a cozinhar. Posso comer só uma hora depois, mas assimcumássim não fica esquecido!

 

Portanto, por aqui, comigo há muita coisa na mesma: a "despassarisse", e coiso. 

 

E também há muita coisa diferente. Mas disso falo noutra altura 

 

Bacci

 

que faz hoje 31 anos.

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Há precisamente 31 anos, vias a luz pela primeira vez.

E como naqueles tempos as coisas eram diferentes, após teres estado uns segundos nos meus braços a choramingar, levaram-te para o berçário e só te trouxeram três ou quatro horas depois, tempo durante o qual eu perguntei por ti a todas as enfermeiras e auxiliares que passaram por mim, numa aflição desmedida, onde estavas. se estavas bem, quando é que poderia estar contigo...

E depois trouxeram-te, colocaram-te na maca, entre os meus joelhos e levaram-nos para o quarto, onde finalmente te puseram no meu colo e eu pude aproximar o meu mamilo na tua boquinha e maravilhar-me com a naturalidade com que começaste a mamar. 

 

Foi o inicio de tudo.

 

E embora saiba que não vais ler isto, preciso de o escrever, de agarrar nos pensamentos que se encontram espalhados em balões de banda desenhada suspensos cá dentro, e dizer-te.

 

Durante tantos meses persegui obsessivamente o porquê?: tudo, ou quase  tudo deixou de fazer sentido a partir de 23 de agosto. O mundo parou quando ouvi a tua voz, e o que ela disse. E a partir daí andei afincadamente atrás do Santo Graal da tua verdade, daquela explicação que faria tudo fazer (algum) sentido. Debalde. Desgastei-me, envelheci, adoeci, desci tantas vezes ao fundo dos fundos do poço e cheguei a tentar não voltar a sair... mas a verdade é que ainda estamos aqui. Os dois.

 

E então hoje, 256 dias depois de nos bloqueares em todas as frentes - redes sociais, e tudo o resto - e 123 dias depois de me impedires formalmente de ver a minha única filha casar, posso dizer-te que tomei uma decisão: resolvi deixar cair. 

 

Então eu, que acredito em muito pouco, resolvi acreditar que tudo acontece por uma razão. E aceitando que nunca saberei a razão porque esse tudo aconteceu, fico em paz com o passado e  reinicio o meu percurso, certa e segura que não sou e nunca voltarei a ser a pessoa que fui, mas com o maior respeito, quiçá alguma admiração, por aquela que sou hoje. 

 

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