Acabei de privatizar o post anterior. Não fico particularmente satisfeita quando escrevo posts como esse, mas às vezes a necessidade de desabafar engole-me - no entanto, é a primeira vez que privatizo um post neste blogue.
Como todos têm notado, não ando capaz de escrever, manter as promessas que faço por aqui, cumprir prazos ou objetivos. E o que se passa tem o nome do costume: depressão. Estava tudo "controlado", na medida do possível, e depois do que contei antes, derrapei e não estando no fundo, esforço-me para não olhar para trás, o que me impede de olhar para a frente. E ao viver (por exclusão de partes) no agora, no já, só consigo ver os meus pés e pouco mais. Passo os meus dias a ouvir musica, a ver streaming, a ler e a jogar no telemóvel, com a agravante que até isso está a perder o viço. Então vivo neste marasmo de quem não vai nem vem, não avança nem recua. Aliás, dou por mim a recuar, muito lentamente, e a fechar-me mais na minha concha. Nesta semana dei por mim praticamente todos os dias a fazer sestas, porque me sabe bem tirar uma fatia ao dia, torná-lo mais curto. Às vezes os gatos dormem comigo, mas a mais das vezes nessas alturas, estou sozinha. Sabe-me bem o abraço da coberta - mesmo com este calor tapo-me até ao pescoço, ligo musica baixinho e deixo-me ir. Não estou bem, mas estou e vou continuar viva, a sair de casa todos os dias, mais não seja para tomar um café fora de casa - e para conduzir um pouco, que esse prazer, embora diminuido, mantenho. Mas a alegria e o entusiasmo foram com os porcos - e quanto mais tento encontrá los, agarrá los e colocá los nos meus dias, maior a frustração... por isso aceito. Aceito que pelo tempo que for preciso vou estar assim, viva, mas a viver pouco.
O que me leva também a escrever este post. Afastando tudo o que me faz sentir incapaz, o que me desaponta, vou deixar o blogue - sendo que o que me afeta negativamente aqui é o não conseguir avançar, é o estar sempre a falhar.
Talvez volte, talvez não volte. Talvez volte a este blogue, talvez crie outro: não faço ideia. Neste momento só quero afastar toda e qualquer pressão.
Por isso, não posso deixar de agradecer a todos os que me têm acompanhado durante todos estes 17 anos (dezassete!!! - o Dona de Casa começou em 2005!) ao #GrupoDosLápisDeCor, e a todos os que por aqui passaram e deixaram um dos 12424 comentários, ou que reagiram aos meus posts, bem como à equipa do Sapo Blogs, por tão bem me ter acolhido.
O futuro é uma incógnita, mas por agora, ficamos assim.
Bacci a tutti
PS: Lamento o fim prematuro do Desafio Arte e Inspiração, conhecido pelo desafio dos quadros pelos amigos. Um abraço apertado aos fiéis participantes, Ana D., Ana de Deus, Ana Mestre, bii yue, Célia, Charneca Em Flor, Cristina Aveiro, Imsilva, João-Afonso Machado, José da Xã, Maria Araújo, e Olga. E é-me imperativo deixar beijinhos e um abraço muito apertado à queridíssima Luisa Faria, presente desde sempre, que me enviou os mais doces emails de aniversário (aos quais ainda não respondi...). Mais uma vez, a todos o meu imenso obrigada - foi um prazer enorme encontrar pessoas tão especiais neste mundo virtual.