Volvido um ano (ou mais?), estou diferente. Nem é de propósito, mas andar perdida por outras bandas faz-me olhar para mim, no regresso ao mesmo lugar onde fui tão feliz, e notar a diferença. É a impossibilidade do segundo banho no rio: nem a mesma agua, nem a mesma pessoa.

Há necessidades que se manifestaram sempre tão prementes, e que passaram para segundo plano, ou quase: as visitas, os comentários aqui no blogue não me parecem ter, já, a mesma importância que sempre tiveram, desde que em 2005 escrevi o primeiro post no primeiro blogue aqui no Sapo. Não descurando o fato de querer ser lida - se não o desejasse, não escrevia num blogue, mas num caderno, textos avulsos agrupados por qualquer principio (ou então, não). Mas aquela sede, se não leem (e comentam) não existe, **puf**, desapareceu. Escrever porque sim, por gostar ou de alguma forma fazer sentido, mas não por necessitar validação, que no fundo foi o que sempre procurei. 

Os anos que passei atrás de um teclado trouxeram-me muitas coisas boas - nomeadamente pessoas fantásticas - mas também ansiedade. Agora olho para tudo isso de fora, observo sem pressão, e vejo que, tal como em muitas outras coisas, ultrapassei a necessidade de valorização, de aceitação aqui neste espaço. Isso é um reflexo da minha vida, deixei de querer desesperadamente que gostem de mim a qualquer preço, e passei a assumir que sou como sou, e quem não gostar temos pena. 

Nunca olhei para tudo isto deste prisma, mas essa será talvez uma das razões porque parei de escrever: sentir necessidade de dar um passo atrás e avaliar estes anos todos a escrever aqui e a responder à pergunta para quando o livro?, com um dia destes! enquanto me escondia atrás de um teclado. Era como estar dentro de agua a bater os pés para não ir ao fundo, mas sem sair do lugar.

Voltarei, sim, mas tranquila. Agora olho para mim de fora - e gosto do que vejo. E chego a estas e outras conclusões e sei que cresci, e que atingi aquela serenidade que ambicionei meia vida. 

Voltarei depois das férias, depois de viver mais um mês, de crescer mais um mês, de criar memórias e pintar a minha vida de cores vivas, as cores com que sempre sonhei. 

Até setembro, se não for antes !!!

... e nem é que eu deva sentir vergonha, mas a última vez que cá estive ah, e coiso, que era para ficar e a verdade é que, assim contas feitas, tenho aparecido aí uma vez por mês, raismapartam... a última vez que aqui passei, cheia de vontade, mudei o cabeçalho e... nada. Mais nada! Tive a grande lata de pedir ajuda à malta dos blogues e tuditudo, e o resultado foi que o dito cabeçalho ficou como eu queria (eu até queria uma coisa mais jeitosinha, mas o jeito que eu tenho só deu para isto...), e mái nada!

Mas adiante. Não vou aqui a prometer que voltei, e quejandos, porque enquanto a cabeça não assentar, não vale a pena, e enquanto o calor não estabilizar a cabeça sofre. A bendita menopausa dá nisto: não tenho afrontamentos, mas sinto o calor a triplicar, escorro por todos os poros (yuck, bem sei ), e o brain fog já não é o que foi, mas ainda ronda - bom o calor deixa-me em mau estado dos pés à cabeça, por dentro e por fora (duplo yuck). E perdi 20 quilos, nem imagino como estaria se ainda pesasse o que pesava quando começou o ano...

As férias estão aí ao virar da esquina - o Victor começa no último dia de julho - e temos um ror de coisas para fazer aqui em casa. Vamos transformar um quarto em... espaço para arrumações closet, que de chique não vai ter muito mais de que o nome, mas finalmente cada coisa vai ter o seu lugar! Isso implica "esvaziar" uma divisão, o que só será feito só depois de termos feito 3 ou 4 dias de praia, para carregar as baterias de que precisaremos depois. Portanto, vou já adiantando que o tempo não vai abundar e vou parar de me sentir parva por não vir aqui frequentemente. E vocês não têm nada de acreditar, mas a verdade é que tenho saudades dos amigos daqui, e ler e comentar, e essa dinâmica que esse é o lado melhor desta coisa dos blogues. E tenho de voltar a escrever porque tenho a sensação que já nem o sei fazer decentemente - este post é um bom exemplo de como NÃO se deve escrever... quem resolver passar o texto para o tradutor do Google não vai perceber nada - a serio, há malta anglosaxónica que até passa por aqui, pasmai ó gentes! Não são muitos mas são do melhor que há - e eu não apareço, não escrevo, não nada. Uma ingrata é o que eu sou!

Mas pronto, já chega de bater na ceguinha - a última vez que fui assídua por estas bandas ainda usava os progressivos para escrever, agora pu-los e não vejo um boi . Eu volto, para a semana - é que sou um ovo podre se não voltar, canudo! - e vou começar por vos sugerir umas séries para ver nos quatro canais de streaming que tenho

(e depois quero ter tempo para outras coisas - como ir ao ginásio, raismapartam, agora a desculpa que arranjei para não ir são as quedas de tensão, como se o dito não tivesse ar condicionado nem nada! E sabem o que é mais estúpido? É que eu gosto muito de lá ir, e saio de lá a sentir-me super bem... e depois não vou! Vá lá perceber-me...)

e um ou dois livros para as férias que já li no Kobo Plus - só porque, pago €5,99 por mês e posso ler o que me der na bolha de um ramalhete de publicações interessante. Mas ou eles aumentam a biblioteca ou, como leio entre dois e três livros por semana, qualquer dia acabo por desistir do negócio - quando já não tiver mais para ler... em papel ainda tenho uma pequena pilha, mas por ora ereader rules, porque sim.

Por hoje fico-me por aqui. Ainda quero dizer que até setembro não vou ter dia certo para aparecer - é que não vou ter mesmo, mas em setembro vou portar-me bem e picar aqui o ponto, que a rentrée costuma bater-me com força - por isso podem subscrever o blogue por email, para não virem para aqui desperdiçar cliques ao desbarato. 

Mas para a semana volto. Ah, volto porque ainda consigo ter um nadinha de vergonha no focinho. Pelo menos acho que sim...

Bacci