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Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Aqui há coisa de três anos, numa conferência de bloggers, o Pedro Rolo Duarte disse uma coisa que deixou muito mais de metade da sala com vontade de lhe partir os dentes (ó Pedro, não olhes para mim): dividiu a blogosfera em blogues de primeira e blogues de segunda. 

Eu, que na altura ainda "mexia" no Diário de uma dona de casa, não tive qualquer dificuldade em encaixar 'o golpe': obviamente que sim, quem quer ver olha, quem não quer fecha os olhos, mas se há bloggers amadores e outros profissionais; se há blogues com 100 visitas diárias e outros com um milhão delas; se há bloggers trend setters e outros marias-vão(atrás-das)-com-as-outras, é claro que os há de primeira e de segunda. 

Podia ter sido dito de outra maneira [já alguém por acaso pensou em classificá-los como se faz aos restaurantes - com estrelas Michelin - mas com outro símbolo qualquer? Era catita (e dispensável e não ia dar a lado nenhum, mas é uma ideia)...] mas a verdade é inequívoca e incontornável. Existem, sim, blogues de primeira e de segunda.

 

Na altura, este mundo ainda estava um nadinha distante do que era agora. E a esta parte algumas coisas deram um salto que, até certo ponto, me envergonha.

 

Ponto 1.

Não, não mexem comigo em sentido negativo blogues como a Pipoca ou a Carlota. Acho fantástico que as coisas lhes corram bem e ganhem a vida a fazer o que mais gostam. Se têm posts que somam valores iguais e superiores ao salário mínimo? Têm. Mas dá trabalho. Queima a imagem (que tempos houveram em que se queimava mais facil e definitivamente). E dão lucro a quem lhes paga. O post foi vendido, ou o espaço alugado por €500 ou €1000? Dêem-se ao trabalho de calcular a rentabilização da marca publicitada... ah!!

Repito: não caiu do céu. O trabalho de bastidores é imenso. Claro que o networking é fundamental e sem conhecer as pessoas certas nos lugares exatos não se chega a lado nenhum, mas isso são fait-divers.

O que me irrita mesmo é quem se dá ao trabalho de desancar os blogues dos outros em vez de melhorar o seu.

Isso, minhas queridas, chama-se inveja. E a inveja é uma coisa muito feia...

 

Ponto 2.

Volta e meia leio um post que tenho vontade de comentar. Desculpem lá, mas esta coisa dos blogues encaixa-se em dois pressupostos: de que gostamos de escrever, e que queremos ser lid@s. Partindo do principio da reciprocidade, os que nos dão esse prazer podem dizer o que lhes aprouver (e sim, haters gonna hate, quem não aguenta que arranje um hobby novo...) e nós, que a boa educação é boa e recomenda-se, damos o feed back possível. Ó pá, se não temos tempo para mais, um emoji  é aceitável, embora de evitar a uso e desuso - quem escreveu o comentário gastou tempo a ler o post e a escrever o comentário, merece um bocadinho mais caramba! Mas isso é B.A-BA.

Agora o que me lixa (lixa mesmo) são os blogues que suprimem os comentários. É pá que os filtrem, ok, não é muito bonito, mas pronto, há quem não goste de ter bocas foleiras em espaço público (como se doesse menos lê-las em privado...), mas é um direito, e não é completamente reprovável.

Agora retirar a possibilidade de interação entre o leitor e o blogger, é cuspir na cara de quem se dá ao trabalho que clicar no link e ler o último conjunto de carateres que nos tenha aprazido publicar. Isso é feio, mal educado e um grande fuck you para os seguidores/leitores.

 

Quando apanho um blogue assim, tomo nota do nome do blogue e FAÇO QUESTÃO de não voltar a pôr lá os cascos. A educação é uma coisa que cada vez valorizo mais, e para mim, esta postura só mostra ausência da mesma.

 

(e o mais engraçado é que a supressão de comentários é coisa de blogues que, ou estão em vias de passar da segunda para a primeira divisão, ou que acabaram de entrar nesta; será que não aguentam a pressão dos haters? Ou são mesmo, mesmo pessoas muito ocupadas?

 

 

Ponto 3.

Os rebanhos são uma coisa demoníaca. Abre a loja Magnum - foi o que me veio à cabeça, deslarguem-me! - e oh lá vai a romaria, e gabam-se de ter estado duas horas numa fila (!!!!!!!) para comer um Magnum - não hajam aqui dúvidas é UM MAGNUM, igual aos que compramos em caixinhas, no supermercado

(pelo que me foi dado entender, já que, como não gosto do referido gelado, nem sequer sei exatamente onde é a loja, exceto que  é ao Chiado, acho - mas para mim, também, é sempre tudo ao Chiado...)

com umas coisas por cima, ou isso. Nem é absurdamente caro - parece que pagamos um euro pelos topppings, mas duas horas numa fila para ser d@s primir@s a provas a delicatessen? Pamordasanta.

Mas depois os outros bloggers.

a) os que não vão à loja Magnum - e anunciam que não foram;

b) os que não vão ao ginásio - e anunciam que não vão;

c) os que não correm - e anunciam que não correm;

d) os anti-super alimentos e militantes anti-sem (lactose, açúcar, glúten) - que anunciam que o são;

 

e por aí fora. Falta acrescentar que o anúncio é feito

 

- com umas alfinetadas nos a), porque fazem parte do rebanho que vai a todas, qu'hórror;

- com umas bocas aos b) que pertencem ao rebanho dos obcecados por coisas fúteis;  

- com um desprezo latente na forma como se referem aos c) porque emparelham com o rebanho dos que só correm porque 'toda a gente que é gente' corre;

- com umas críticas ferozes aos d) pela jóia vitalícia paga pela pertença ao rebanho dos extremistas.

 

Honestamente, até sou solidária com algumas ideias que estão acima, mas tenho uma razão (qualquer). Este 'problema' que aponto é que os ANTI tudo, querem de tal maneira sobressair pela diferença, que não entenderam ainda que já criaram um rebanho novo e supé in, o Rebanho do Contra que começa a ser cada vez menos digno de distinção pela razão que foi criado. Porque já não é exceção, já passou a regra.

 

E pronto, é isto. Volta e  meia ponho-me a divagar e chego a conclusões assim...

 

Obrigado por estarem desse lado e lerem 

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