A insustentável leveza das relações à distância
Hoje estou num dia calmo, relaxado, tranquila e recomendo-me. Nestes dias a mente vagueia por pequenas coisas, e saltita, qual libélula de nenúfar em nenúfar, mas neste caso é mais de pequena 'comichão' em pequena 'comichão'
{onde se lê comichão leia-se 'pequenas' chatices
que não são suficientemente importantes para
integrar o leque das que me atrofiam os dias...}
e dentro desse espírito mais descontraído, encostei-me a uma situação que me faz alguma espécie, quando mais não seja porque não encontro explicação valida para o ocorrido, ou será melhor dizer, para o que nunca mais aconteceu.
Há uns anos fiz uma amiga (eu pelo menos ainda a considero assim) aqui na blogosfera, e acabámos por nos conhecer pessoalmente. Daí ao telefone, foi uma sequência lógica, e mantivemos o contacto regularmente até... bem até deixarmos de o fazer.
Não me perguntem porquê, acho que as pessoas se afastam porque cada uma tem a sua vida, os seus problemas, e falta de disponibilidade para 'regar a plantinha'. Por mim falo, não afasto a minha quota parte de responsabilidade na matéria. Nem deixo de respeitar a paciência que é necessária para aturar uma gaja que não gosta de falar ao telefone - o que nunca foi um problema neste caso, dado que era a única forma de comunicação mais próxima do face-to-face possível - e que tem alturas que não gosta de falar (agora é raríssimo isso acontecer, um ano de terapia limou muitas arestas), e fases em que evita escrever (o que se mantém e já expliquei aqui porquê, quando encontrar o post ponho um hiperlink). Entretanto mudei de telefone duas vezes, e perdi o contacto - claro que continuamos com a amizade facebookiana ativa, mas não é a mesma coisa...
Custou-me, juro, quando ela veio aqui perto (moramos longe, já tinha dito?) e embora o tenha publicado, e pedido dicas, nem lhe passou pela cabeça propor-me um café que fosse. Se calhar eu devia ter proposto? Provavelmente. Mas levei tempo suficiente a recuperar do que senti como um pequeno murro no estômago para o fazer. E a partir daí, a amizade ficou mesmo entre parentesis retos.
{Lembro-me agora, se calhar por causa do Basílio que é quase nada mas podia ser muito, ou mesmo tudo, e por isso me faz saltitar, nos momentos tranquilos, como uma libélula, de nenúfar em nenúfar...}
Tenho pena. A sério que tenho mesmo pena.
(imagem Agência Ecclesia)