A Linha fantasma - Corrida aos Óscares #5
Este filme tresanda a cinema europeu, o que é bom, mais não fora pelo refrescante que é estar fora da caixa.
Reynolds Woodcock é um costureiro famoso, que passa a sua vida rodeado de mulheres; a irmã, com quem fundou a House of Woodcock, as clientes, a nata das natas europeia, e as musas que lhe inspiram o trabalho e lhe animam os dias, quando tal lhe parece de feição, e se fazem silenciosas e invisíveis quando ele tal exige, para serem descartadas e substituídas por outrem a seu bel prazer. Até ao dia em que Woodcock conhece Alma, que lhe acaba por virar a vida do avesso.
Alma é uma mulher inteligente que transforma a frieza e distanciamento snob do costureiro numa dependência de si a que me custa chamar amor. Mas que funciona, numa relação, em que ela acaba a mexer os cordelinhos - e com ele a gostar de se saber comandado por ela.
Phantom Thread é a anunciada última participação de Daniel Day-Lewis num filme, o que é mais de meio passaporte para uma nomeação. No entanto o filme surpreendeu-me pela positiva, porque não é o que me parecia, e nos é mostrado à partida.
Tecnicamente tem uma cinematografia inatacável, embora com poucos rasgos de genialidade. A banda sonora agradou-me mas estando de tal forma alinhada com o filme que raras vezes dei por ela.
Daniel Day-Lewis merece a nomeação à estatueta para melhor ator, tal como The Phantom Thread está entre os nove nomeados por mérito próprio.
Numa palavra: excelente!