A quem me segue e estranha a minha ausência:
Adorei o comentário que me deixaram no último post - e que teve precisamente o efeito que eventualmente estaria intrínseco: levou-me a pensar que vai estando na altura de voltar a isto MAS enquanto me preparo para a coisa, penso que devo tentar explicar o melhor que me for possível, a razão da minha ausência.
Acredito que não seja muito fácil de entender, mas vou tentar simplificar.
2012 e 2013 foram dois anos estranhos. Foi a doença do meu sogro, e o meu acompanhamento da mesma, e o ano seguinte engolido pela do meu pai. Começando no vai-vem diário ao hospital, seguido pela assistência 24/7 que lhe dei em casa nos últimos meses de vida, culminando no seu falecimento e em todos os trâmites que se lhe seguiram: tribunal, reconhecimento do corpo na morgue velório, inumação. Comigo nos comandos, inabalável e forte como um touro.
Depois, perdi-me.
O meu pai era A MINHA FAMÍLIA. Não me entendam mal, a minha irmã e a sua descendência também são a minha família de sangue, mas o meu pai era a minha raíz, o meu pilar. Era o sinónimo completo da palavra.
E, de repente, fiquei sem norte. Levei algum tempo até ser 'atingida' por essa realidade e mais: pelo fato de sentir que faltavam dois anos na minha vida. Porque ambos passaram entre sustos e corridas, entre situações novas... e isto tudo com os outros problemas - que lá porque são 'secundários' não deixam de ter impacto e de nos obrigar a agir.
Em Finais de Maio tomei uma decisão, fiz uma chamada e marcámos o inicio da minha psicoterapia para meados de Junho.
E soltei-me de tudo o que era obrigação. Passei a ler, a fazer jigsaws e a jogar mahjong, a pintar livros de colorir. A ver muito cinema. E pouco mais. Deixei de ter assunto para vir aqui publicar, e para mais começara a medir a minha (não do blogue) 'qualidade' pelos recortes que o blogue recebia. Cortei também por isso - essa razão não deve ser nunca o que nos faz correr no que diz respeito a alimentar estes recantos.
Comecei a terapia, e continuei com a minha rotina, onde fui inserindo pequenos hábitos necessários. Fui-me (re)conhecendo, e descobrindo. Mas ainda sem algo que justificasse um retorno em grande ao mundo blogosférico.
Fico grata por haver quem sinta a minha falta. Muito a sério, a coisa que todos mais queremos é ser gostados, o que dentro dos limites do razoável (manter-nos fieis a nós próprios) é instintivo e incontornável.
No entanto ainda mora aqui dentro um 'mal estar' que não é bem isso, mas que me inibe um pouco de escrever aqui.
Sei que vou ter de ultrapassar isto, por razões óbvias: lá porque mudei (mudei tanto... e vou continuar a mudar) não me divorciei dos carateres - que neste momento só entram em mim e não saem.
Assim que estiver preparada, têm a minha solene promessa que serei assídua. Mas por enquanto, vão ter de ter a paciência de ter novidades por aqui de quando em vez.
Obrigado por estarem por aí. Eu continuo por aqui.
Juro.