American Sniper: God bless America, blá, blá, blá, whiskas saquetas... OU Na rota do Óscar #2
Em primeiro lugar, quem me segue desde o outro blogue sabe o quanto admiro Clint Eastwood, principalmente desde que este passou a realizar. Ou melhor, desde que eu o descobri como realizador, em Imperdoável, sendo que desde aí vi todos os que foi realizando... bom, mas este post não é (só) sobre Eastwood...
Vamos ao filme.
Na minha opinião, a simples ideia por trás de 'American sniper/Sniper americano', falha. Parte de uma premissa moralmente discutível: fazer um filme para perpetuar a memória de um sniper? Porque matou quase duas centenas de iraquianos (160 confirmados de 255 estimados)? Guerra é guerra, certo, mas se Chris Kyle é um herói, é-o para os americanos, e parágrafo.
Mas pronto. Passemos adiante do facto de eu não achar o tema do filme politicamente inatacável, e passemos à fita em si. Bradley Cooper cumpre a parte que lhe cabe, está entroncado, e convence. O filme tem principio meio e fim, como convém. O final é apoteótico, com imagens de arquivo do que se passou na realidade.
The end.
A película é longa (à conta disso, o meu marido revira os olhos cada vez que lhe falo em irmos ao cinema...). Tem uma cena fabulosa, quando Cooper está sentado no sofá e a camara roda por detrás dele ao mesmo tempo que ouvimos sons de guerra, e sabemos que se encontra uma televisão à sua frente pelo que aguardamos que esta surja no enquadramento. É uma daquelas cenas que nos ficam gravadas.
Mas UMA cena em 132 minutos de película?????
E depois há o infeliz incidente que marcou mais o filme na opinião publica que tudo o resto: a cena com o boneco. Um minuto e treze segundos que vão carimbar o filme na história do cinema.
É triste, mas 'American sniper' vai ser lembrado durante mais tempo pelo 'nenuco gate', de que pelo resto...
Falta-me ver 'Selma'. Mas acredito que este filme, dos oito candidatos, seja o que menos merece a nomeação.
Com grande pena minha.