Big little lies: sob a nossa pele
Nunca fui uma grande fã de Nicole Kidman. Aquele ar desenxabido e ainda mais, aquela testa que não mexia DE TODO - e o facto de ter sido casada com o sonso Tom Cruise (que melhorou com a idade), não ajudavam. Gostei de a ver no As horas, que me acuda à ideia assim de chofre. De resto, não me lembro de mais nadaque me tenha feito vibrar...
Mas rendo-me: em Big Little Lies ela está soberba!
Também não conto Reese Whiterspoon entre as minhas atrizes de eleição, mas está fantástica na série! Eu nem sabia que ela conseguia fazer papeis dramáticos (bom, vi-a no Wild, que gostei, mas é um indie, ou quase)
Já Shailene Woodley conhecia da saga Divergente e pouco mais. E é mesmo uma excelente surpresa!
Big Little Lies foi aos Emmy e arrebatou um punhado deles, incluindo o de melhor "limited serie", que eu traduzo por serie de temporada única.
Vi-a esta semana, e sendo eu a "papa series" que sou, não consegui ver dois episódios sem fazer um intervalo de pelo menos uma hora entre eles. A tensão subliminar é transversal aos sete episódios, e que se manifesta em pequenas coisas como a competição entre as mães, o bullying entre miúdos de sete anos, e a violência efetiva sobre duas das três cabeças de cartaz (e filmada com maestria, sem se tornar de uma agressividade visual gratuita para o espectador), metem-se debaixo da nossa pele e afetam-nos quase sem darmos por isso.
Penso que este será um caso em que a adaptação superará a obra que adapta. Se não supera, pelo menos certamente iguala.
Dizer mais só fazendo spoils e esta não o merece. Começa (falsamente) suave, e a tensão vai aumentando devagar, ao correr dos episódios. O climax é fantástico!
Vejam que vale a pena.
Mesmo, mesmo a pena.
No TV Series, sextas-feiras, 22:30h