Book Club - Do jeito que elas querem (perdido na adaptação do titulo, nossa senhora...)
Este filme tem coisas boas. Não são muitas, mas tem.
Em primeiro lugar, o elenco. Quase ficamos cegos com o brilho que emana das estrelas (já sei, que raio de expressão...), mas a sério, são quatro GRANDES, muito GRANDES senhoras do cinema de todos os tempos, juntas nesta película.
Uma sinopse telegráfica: Quatro amigas formam um clube do livro, e uma delas, na sua semana, decide introduzir para leitura obrigatória das quatro, o primeiro volume das Cinquenta Sombras de Grey... e digamos que a leitura vai mudar um pouco a vida das sexagenárias (e nas semanas seguintes, à vez, as amigas acrescentam o segundo e terceiro volumes).
Então vamos começar pelo começo: a adaptação do titulo original Book Club para Do jeito que elas querem (oy, isto não é português do Brasil?), que me parece de gosto duvidoso - é como se numa fonte pequenina dissesse - as mulheres, mesmo velhas jarretas, são umas maluuuucas!
Depois é o subaproveitamento de quatro grandes atrizes (e, exceção feita a Mary Steenburgen, 65, nenhuma é sexagenária - Candice Bergen e Diane Keaton tem 72 anos e a fabulosa Jane Fonda conta com 80 Primaveras...), num filme que não tem alma. É que nem consegue ser uma boa comédia. Esteve em exibição duas semanas e entende-se porquê...
E porque é uma pena o filme ser tão mauzinho? Porque aborda um tema tabu que tem de ser falado: a vida sexual na terceira idade, e isso é tão, mas tão importante. Uma boa franja da sociedade ainda olha para as mulheres a partir dos sessenta anos (e às vezes até menos) como pessoas que já não têm vida sexual, desejo. Claro que o sexo aos 60 não é igual ao sexo que fazemos aos 20, mas existe, e é muito importante que assim seja! E este filme fala nisso.
Era bom que Bill Holderman, realizador e co argumentista se tivesse investido em fazer um filme mais abrangente, desse um toque um nadinha mais serio ao assunto. E tivesse feito algo em que as quatro Grandes Senhoras pudessem de facto, brilhar.
Assim, e tendo em conta que The Old Man and The Gun, o último filme com Robert Redford (recentemente reformado como ator), que estreia entre nós dia 8 de novembro, também afina pelo seu diapasão (sendo já a segunda vez que o dirige), parece que se dedicou a fazer filmes com grandes lendas do cinema americano. Como se isso fosse garantia suficiente de sucesso e qualidade...
newsflash: não é!