Chama-me pelo teu nome, Corrida aos Óscares #8
Diz-se que se deve deixar o melhor para o fim, não é? Muitas vezes os planos saem furados, mas desta vez, saiu-me melhor o despacho que a encomenda...
Call me by your name foi o o nono e último filme candidato que vi. E que filme.
Nos anos 80 um arqueólogo/historiador, Dr Pearlman (Michael Stuhlbarg) contrata um assistente americano, Oliver (Armie Hammer) para ali passar o Verão enquanto o ajuda no seu trabalho. Elio (Timothée Chalamet, absolutamente fantástico!), de dezassete anos descobre, naquele Verão a sexualidade e a emoção, com tudo o que lhe está ligado.
Chama-me pelo teu nome, passou de um nome num cartaz com fundo azul para o terceiro melhor filme que vi para as estatuetas. A história é contada com uma ternura para lá de perfeita. Existe um pudor, uma contenção, uma verdade no que o filme mostra, que nos faz sentir o que poucos conseguem. Chapeau a Luca Guadagnino. Chapeau também a André Aciman, autor do livro (que já está no meu ereader, à espera de vez para ser lido) e a Jeremy Irons pela adaptação do mesmo.
Dificil pegar neste tema, nesta história e fazer um filme melhor. Não fora o papelão de Gary Oldman, e eu estaria a torcer por Chalamet com unhas e dentes.
Quando falo nas cenas que me ficam de alguns dos filmes deste ano, o diálogo entre o pai e o filho, já perto do final da película, deixa-nos a todos fora de pé...
Right now you don't want to feel anything. You might not ever wanto to feel anything(...). In my place, most parents would hope the hole thing goes away, pray their son's land on their feet, but I am not one of those parents. We rip out so much of ourselves to be cured of things faster, that we go bankrupt by the age of 30, and we have less to offer each time we start with someone new. But to make yourself feel nothing, so you have not to feel anything, what a waste...
(...)Right now there's sorrow, pain - don't kill it, and with it, the joy you felt.
Haveria tanto, mas tanto mais a dizer sobre este filme; talvez um dia o faça, provavelmente quando acabar o livro. Por ora, basta-me a beleza que me arrebatou há umas horas atrás, a ternura, as recordações que evocou.
Fico-me com o final do filme, e o cambiante de emoções no rosto de Elio debruçado sobre a lareira. Se isto não é de grande ator, não percebo nada de cinema...