Coisas que não sabem sobre mim ou Eu e o telefone
- e que, não duvido, passavam muito bem sem saber
Detesto telefonar. É pior que ir ao dentista.
Mas deixem-me começar a história do inicio. Cresci sem ter telefone fixo em casa. O pai tinha uma loja, e mau grado a distancia de umas centenas de metros, estávamos contactáveis, embora com delay. A mãe foi renitente ao máximo e fui eu, na minha adolescência, que consegui o feito de fazê-la ceder. Com o telefone em casa, fui usando e abusando do aparelho - chegando, algumas vezes, a ser ameaçada da remoção do mesmo quando chegava a conta da PT. Era completamente impensável viver sem o mesmo, e a mãe acabou por concordar, embora guardando qualquer manifestação entusiasmada para si.
A minha paixão por meios de comunicação e tecnologia continuou e, aquando do advento dos telemóveis, eu e o Victor estivemos na linha da frente, adquirindo dois "com tampinha" que, ao contrário dos Star Tac da Motorola (mais caros...), só servia para tapar o teclado. E quando o mesmo tocava, tínhamos, invariavelmente, o impulso de nos pormos em pé e começarmos a andar de um lado para o outro enquanto falávamos. Aquilo passou - felizmente, era mesmo uma reação palerma...
Juntamente com o telefone que andava connosco, veio o inicio da facilitação para quem não tem paciência para fazer conversa: as SMS. E quando o telefone passou a ter mais cores de que preto, branco e cinzento, como sempre gostei de escrever, não demorei muito a passar a escrever mais de que falar...
Com a internet e os emails, a conversa ficando "pendurada" - íamos para o ivillage, e eu passei também a ir para o Family Corner. Tinha o ICQ (e não é que ainda existe, na versão ICQ2?) como meio de comunicação em tempo real - alguém se lembra do som, Uh-oh! ? - e tinha o Incredimail instalado, que parece que também ainda existe. Falar para comunicar? Cada vez mais raramente...
Agora? Agora o meu mail é no sapo, e uso Whats App para chamadas de vídeo. Até o Messenger do Facebook passou a ser menos utilizado, bem como o Skype... no telemóvel está agora o Snapshat, que uso apenas para brincar com os filtros, e o Telegram, que o marido sugeriu instalarmos ... e não nos serve para nada.
De resto, costumo dizer que no que diz respeito ao smartphone, sou capaz de gostar do smart, já que o phone, dispenso.
Se tenho de ligar a alguém arranjo mil e uma coisas para fazer a ver se me esqueço. Já para responder a mensagens, emails e afins, estou sempre pronta. Falar, não é bem comigo... lamento.
P.S.: para que conste: quando toca, atendo. A menos que não conheça o número... nesse caso fico a pensar atendo... não atendo... e às vezes nesse ínterim o aparelho cala-se .
E vocês, dão-se bem com o telefone?
E já agora, querem continuar a saber coisas - que não interessam a ninguém - sobre mim?
Contem-me...