Estreei-me, direi, pela porta grande, com Stieg Larsson. Amei a trilogia Milenium, tanto que parei n'A rainha no palácio das correntes de ar e não li nenhuma dos volumes seguintes, que me têm dito serem bons. Sim, mas não são dele.
Depois li Nesbo. Ó meus amores, fiquei a odiar este autor! Ou tive muito azar com O morcego, ou não sei... como a vida é muito curta para insistir em ler o que me cai mal, li meia dúzia de capitulos e pus de lado. O Victor lá leu, mas confirmou a minha ideia inicial durante a leitura, e quando o terminou: no more JO Nesbo cá em casa!
Depois li Erik Axl Sund... e não me pareceu sueco. Pareceu-me um bom thriller sem nacionalidade, em três volumes.
E mais recentemente Lars Keppler... comecei pel'O Homem da Areia, passei pelo Stalker e terminei ontem O executor. Gostei mesmo muito, particularmente deste ultimo.
Agora, o que é que todos estes autores têm em comum?
São suecos. E a cultura sueca é toda uma vivência,que acaba por sair das paginas dos livros ... os suecos são práticos, minimalistas, curtos e diretos. Fogem a tudo o que é excessivo: na decoração, no discurso, na forma de estar... e inevitavelmente na escrita. Os capítulos são curtos, as descrições sucintas, nomeadamente no cenário. É tudo como os móveis do Ikea: rápido a comprar e fácil de levar para casa - a dificuldade vem na montagem, mas essa é a parte divertida para os suecos, penso eu, pôr a mão na massa para produzir (neste caso, montar) algo que lhes vai ser útil e dar prazer.
Assim, os autores suecos têm isso em comum: são eficazes. Usam frases curtas. Passam a mensagem na perfeição. Não deixam nada em suspenso (metáforas, o que é isso?). Neste último de Larsson, é incrível que sem se afastar muito destas guidelines (que estarão no ADN dos suecos), consegue imprimir uma velocidade estonteante ao livro... e a repetição dos nomes das personagens (não é exclusivo sueco, é cunho de page turners) aliada ao nome dos locais ajudam a passar esse movimento.
Não comecei por amar policiais suecos - tirando Larsson da equação. Foi um gosto adquirido, e neste momento gosto bastante. Não tenciono voltar a Nesbo (embora nunca diga nunca), mas vou arriscar Camilla Lackberg, porque sim.
E vocês, gostam de autores suecos? E têm sugestões para eu conhecer?