Estamos todos no mesmo barco
- semanário deste confinamento #2
E passou mais uma semana, a segunda de confinamento, mas a primeira "mesmo a sério", com tudo fechado, escolas inclusive, sem vendas ao postigo, com take away nos restaurantes de rua, enquanto aqueles espaços nas áreas de restauração de centros comerciais, só em delivery.
Ir aos supermercados - e hipermercado - tem sido tranquilo, e andamos todos numa azáfama, é um tirinho entre o momento em que entramos no estabelecimento e aquele em que fechamos a porta do automóvel, compras guardadas. A tentar bater os nossos próprios recordes. Ir ao hipermercado é um sacrifício que às vezes é incontornável, por exemplo, a comida húmida dos gatos vem toda de lá, e enquanto não me aparecer uma promoção, compro-a uma vez por semana... de resto o Lidl não só é perto como prático e torna-se rápido: sei onde está tudo, é entrar, fazer o percurso do costume e dirigir-me à caixa.
Estamos todos em casa e o Victor passa grande parte do tempo ao telefone com a mãe e o irmão. Se se lembram deste post, o meu cunhado foi levado para o HGO com a triagem feita no Centro de Saúde, e depois de umas horas a ser assistido nas urgências, foi internado em pneumocovid. Estava a fazer uma pneumonia e nem sentia falta de ar... o sinal de alerta foi a tosse - e a febre, que não havia forma de baixar. Está lá até agora, oito dias volvidos, a oxigénio, sem qualquer previsão de saída. A mãe está aparentemente assintomática, irá repetir o teste na próxima semana se se mantiver assim.
Por forma a passar o tempo, vemos alguns filmes - e esta semana vimos um fantástico, Our friend, filme de 2019 que estava previsto ter estreado nos Estados Unidos esta semana - não sei se estreou ou não, mas a verdade é que nos veio parar às mãos. É um filme tão bom...
Netflix: stand up comedy rules cá em casa! Adoro todos os brasileiros, fico mesmo bem disposta. No entanto o último stand up que vi foi de um comediante francês, Fary e mesmo sendo um tipo de humor diferente do que tenho visto, gostei bastante.
Imperdível, quanto a mim - se ainda não viram, vejam - "Pardon my icelandic" de Ari Eldjárn. Gargalhadas garantidas.
De resto, os gatos andam cada mais dependentes de nós, e nós dos gatos.
Daqui a uma semana espero estar a escrever que o meu cunhado teve alta, e que a minha sogra testou negativo. Vamos ver.
Até lá vamos continuar a cumprir o confinamento com tanto cuidado quanto nos for possível, que isto está tão mau. Mesmo mau.
Gostava de acabar com uma nota otimista mas tal não me é possível. Vamos todos ter isto em mente:
A nossa liberdade acaba onde começa a do outro
- nunca esta máxima tão batida foi tão oportuna...