Eu e os livros: 8 factos
Sou uma slow reader. Leio mesmo devagar; às vezes ando um parágrafo para trás para mudar a entoação com que li, para saborear melhor a emoção das palavras.
Tudo para mim se resume a imagens - a escrever tendo a abusar das metáforas - pelo que para ver, tenho de me passear por entre as palavras e respirar sensações.
Leio um livro de cada vez - não me divido por mais de uma obra (às vezes contrabalanço com um segundo livro, mas prático, ou de crónicas e só se o primeiro for pesado).
Quando faço uma análise, tenho dificuldade em avaliar um livro por mais de que a história que conta, se não conhecer mais obras do autor
- excessão feita a escritores geniais, que me conseguem atordoar desde a primeira frase da primeira obra; são poucos, mas é tão bom encontrá-los!
Prefiro, por isso, analisar por escritor, e passar então à(s) obra(s).
Claro que os há que são impossíveis de medir o pulso, e outros - muitos, mesmo - que nem vale a pena. Há por aí muita 'estrela das letras' (que até consta das listas da Forbes), que não escreve há um ror de anos, tendo batalhões de ghost writers a fazê-lo. Triste, mas perfeitamente escrutinável.
Raramente releio um livro - tenho os meus favoritos, passo-lhes a mão pela lombada, recordo os momentos em que os li, abro, leio um parágrafo ao acaso, ou uma página inteira, e volta para a estante. No entanto tenho uma pequena lista de obras que quero reler. Tem piada que se dermos o intervalo temporal certo, quando repetimos a leitura, a impressão que nos deixa é diferente: afinal, e passo o cliché, é impossível banhar-mo-nos duas vezes na água do mesmo rio...
Gosto de livros de desenvolvimento pessoal - sim, aqueles que tinham o rótulo depreciativo de 'auto ajuda'. Parto do principio que não sei quase nada, e a cada um que me passa pela mão, cai sempre uma pequena semente de conhecimento ou um ponto de interrogação.
Há-os mesmo maus - Paul Mckenna é um excelente exemplo, mas está longe de ser caso único (e os cds de PNL que acompanham os livros são uma coisa que me arrepia até na teoria). No entanto,os títulos induzem em erro: há por aí alguns, cujos autores são professores de psicologia de Harvard, com cada título... e vêm a revelar-se excelentes!
Não privilegio nenhum género literário embora tenha tendência para escolher livros que me desafiem. Outras vezes, vou pelo que sei que será previsível - e é fantástico quando me engano!), só porque me apetece um no brainer. Por isso vou da literatura romântica aos thrillers em todas as declinações, passando pelos autores clássicos contemporâneos - confesso ter dificuldade em decidir-me por autores anteriores ao sec XX... mea culpa...