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Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

( ... e isso lá é novidade?)

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Esta coisa de uma pessoa se explicar aos outros de como é, não é fácil. De todo. Até a foto escolhida é de quase batota: é como o meu terapeuta me descreveu, há uns anos. Se pensarmos que já não faço terapia há dois e uns pozinhos, tendo em conta a adição de tudo o que se passou na minha vida desde então, aplica-se.

 

A primeira coisa que me passou pela cabeça para me descrever foi a palavra parva. Depois risquei, e chamei a minha atenção para a decisão de ser mais gentil comigo, e alterei para crédula. Por uma razão muito simples: levo traulitada - palavra tão gira - da vida - não, das pessoas! - e continuo a achar que há uma razão para todos agirem de determinada forma, e que no fundo, somos todos bons, é a vida que nos dá umas quantas voltas e tunga, ficamos assim egoístas, ensimesmados, a achar que o nosso umbigo é o centro do mundo e que todos são secundários em relação à nossa pessoa, a coisa mais importante do universo, sem dúvida.

E depois, quando sou forçada a encarar a realidade de que as coisas não são de todo bem assim, cai-me tudo ao chão, e fico numa tristeza infinda

- e se isto não é ser ingénua, não sei o que é. Já tenho idade para meter na cabeça que não tenho obrigação de fazer exercícios analíticos para justificar a maldade/distração/egoísmo/imaturidade/idiotice (riscar o que não se aplica) de quem está mais ou menos perto de mim.

 

Despachada a primeira característica, segue-se uma de que não me lembro vezes suficientes: sou forte. olho para trás e constato-o, olho para mais perto, e confirmo-o. A palavra resiliência já fazia parte daquilo que me definia muito antes de entrar no vocabulário tendência do momento. Sem rodeios, era isso ou ir com os porcos. E ó para mim aqui vivinha da silva - e recomendável 

 

E sou preguiçosa. Pronto, comodista. Ou então, vá lá, desmotivada (a verdade é que as três características se aplicam, depende dos dias).

Não gosto de tarefas domésticas - já gostei menos - tenho dificuldade em organizar-me - já foi pior - e o espaço que me rodeia é um claro reflexo de como a minha cabeça está por dentro. E, está bom de ver, é uma pescadinha-de-rabo-na-boca: se está uma confusão porque me sinto um desastre cá dentro, fico a sentir-me inquieta por estar tudo uma balbúrdia espacial, e uma coisa alimenta a outra...

 

Sou carinhosa, embora nem sempre isso se manifeste de forma física. Mas a verdade é que se estiver bem, dou muito de mim a quem precisa. Ombro, braço... 

 

E depois há aquelas coisas que já fui e deixei de ser, que sentia de forma intensa e para as quais agora olho com um nadinha de cinismo. A vida às vezes é demasiado dura connosco... mas ainda acredito que vou recuperar o que me caiu das mãos e do coração.

 

Sou muito mais coisas, porque, como já por aqui disse muitas vezes, cada pessoa é um mundo. Mas estas servem para definir uma parte mínima de quem sou. Veremos o que se segue nas próximas semanas...

 

Obrigada, Ana, este desafio surgiu no momento exato. 

 

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