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Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

- disto de fazermos juízos de animo leve

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O que é que têm em comum um ex fumador, um ex gordo e um minimalista?

(não é uma anedota, é a sério).

São uns chatos.

 

Passo a explicar.

 

Um ex fumador acha que, se és fumador, só não deixas de fumar porque não queres. Porque se ele conseguiu deixar, tu também consegues. Porque é tudo uma questão de força de vontade.

 

Um ex gordo acha que só tens peso a mais porque queres. Porque se ele conseguiu perder peso, tu também consegues. Porque é tudo uma questão de força de vontade.

 

O minimalista acha que só não simplificas o teu espaço e a tua vida, porque não queres. Porque se com ele resultou, contigo também resultaria. Porque é tudo uma questão de força de vontade.

 

Se eu acho que é preferível ser não fumador, estar em forma e não possuir objetos só porque sim? Sem duvida! Mas também acredito que o mundo não é a preto e branco, existem muitos tons de cinzento. E tudo exige uma dose de esforço que não deve ser avaliado de cor, cada caso é um caso. 

 

Por exemplo, um fumador pode estar a substituir uma adição pelo tabaco. Não sendo saudável, é compreensível e aceitável.

 

Uma pessoa com um IMC de meter respeito pode ter uma disfunção endócrina, um problema de foro psiquiátrico - ou pode tão só estar a passar por uma situação prolongada de ansiedade, que descarrega na comida (quem nunca?). Não é saudável, mas é perfeitamente compreensível. 

 

Alguém que possui objetos de que não necessita e muitas vezes nem gosta, pode ter dificuldade em se desapegar dos mesmos por uma miríade de razões. E se é um facto que desimpedir o espaço de ruído visual pode aliviar uma série delas, às vezes não é tão simples...

 

E outras vezes, sim, se quisesse deixar de fumar deixava, porque eu deixei, se quisesse emagrecer, emagrecia, porque eu perdi tanto peso, se quisesse destralhar, destralhava, porque eu deitei tantos sacos de 120 litros cheios de coisas para o lixo, e dei tantas caixas repletas de objetos. 

 

Mas esses casos, assim de estalar os dedos, são uma minoria.

 

Nunca nos podemos esquecer que só nos sapatos do outro podemos verdadeiramente fazer um juízo dos seus atos.

 

E que isto das generalizações é tão perigoso como o fundamentalismo!

 

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