Lady Bird e a metáfora perfeita
Já mencionei que vi o filme Lady Bird. E foi uma sorte (#sóquenemporisso) porque o filme só esteve em exibição no Almada Fórum uma semana.
Vou repetir: esteve em exibição UMA SEMANA.
Isto é quase inédito: filmes que estão a gerar baixa bilheteira mudam de horário, ficando às vezes com uma única sessão, ali entre as 18h e as 19h... mas não, o filme esteve lá uma semana, com as sessões todas e puff, desapareceu.
A trama gira em torno relação mãe filha (o pai tem lugar, mas é um papel quase tipo figura de corpo presente), segue os últimos tempos da adolescente antes de entrar na universidade, a cumplicidade e os choques naturais entre as duas mulheres, as divergências de opinião, o desejo da rapariga voar para longe e a vontade da mãe a manter perto do ninho. Aqui entra o pai e dá um empurrãozinho à coisa, sob forma de apoio a uma das duas (não, não vou fazer spoil, embora esteja convicta que não interessaria nada).
Ora eu para classificar este filme lembrei-me de uma ocorrência bastante embaraçosa, há coisa de uma ano atrás, numa (olha lá!) H&M. A loja em questão é grande, e eu andava a passear-me entre os cabides e afins. Ora eu sofro de síndroma do cólon irritável, e estava com uma valente crise de meteorismo que estava a tentar manter aconchegada dentro da imensa bola de basket que para todos os efeitos teria engolido, tal o volume do meu abdómen.
Ora as roupas têm fibras. As fibras às vezes andam no ar e introduzem-se nos orifícios mais desprevenidos. E eu também tenho uma rinite. E houveram para ali fibras que se me enfiaram no nariz. E que fizeram comichão.
Não duvido que terei coçado o nariz e pensado happy thoughts: unicórnios cor-de rosa, nuvens de algodão doce mas... não consegui evitar.
Espirrei.
E eis que a bola de basket gritou:
Vamos a jogo!
e numa perfeita sincronia, o meu atchim foi acompanhado dum BRRRUMMMM que o abafafou por completo.
Meus amores e minhas amoras: a loja tinha uma boa dezena de pessoas.
- parecia que tinham carregado no botão de pausa.
Ato continuo, apanhei qualquer coisa que me tinha caído ao chão (#fazdeconta), e quando me levantei, fiquei semi agachada e segui entre os burros/charriots com os joelhos fletidos por forma a sair do lugar onde a eventual concentração odorífica estaria agrupada, sem que a minha cabeça se visse por cima do varão de onde pendiam os cabides.
Imaginem a cena: lá vai ela... e atrás dela as moscas de cartaz nas mãos a dizer em letras gordas:
FOI ELA!
Chegada ao final da parede, endireitei-me muito direitinha, ergui o queixo e dirigi-me às escadas rolantes com cara de quéquefoi? Hãn?
Portanto foi com esta ideia que fiquei do filme: foi um valente peido. Com a vantagem de não deixar cheiro... o problema é que não atraiu nem as moscas...
Decerto muita gente vai discordar - et vive la difference!!!!. Mas este eu não voltaria a ver nem com um cheque chorudo - e visado - na mão...