L'été indian
Eu jurei, mal acabou o Inverno, que este ano, ninguém me ia ver a reclamar do calor, nem que chegássemos aos 50º. Não chegámos
(apesar de a 8 de Agosto estar fechado no Rocinante, logo a seguir ao almoço, "às voltas atrás da cauda", à procura da quinta onde passei os dias de férias, e não a encontrar (porque a zona ainda não estava mapeada), estar completamente desidratada e sem conseguir ordenar pensamentos, e passar quilómetros sem encontrar uma sombra em que pudesse encostar a viatura... aí tenho poucas dúvidas de que DENTRO do carro, se atingiram os 50º...)
e cumpri o prometido: não me queixei e continuo a não me queixar. E a par com os prognósticos que já se fazem para o Inverno, vou continuar aqui a agradecer o solinho,o calor, e a colocar o protetor solar no vidro do carro todos os dias - e toda contente!
Ok, dirão que Verão em Outubro, JÁ CHEGA.
Eu digo DEIXEM-NO ESTAR.
Não é que não goste de um fresquinho (ÓY! eu disse fresquINHO!), daquele que já nos deixa puxar o edredão de verão para cima do corpo e tapar os ombros (sou daquelas que gostam de adormecer numa bola com os ombros tapados), mas não tenho qualquer pressa em ultrapassar essa marca.
Ainda não levo o cardigã comigo quando vou voltar um nadinha mais tarde - mas também já não visto tops sem mangas.
Ainda ando às voltas à procura de um lugar para estacionar à sombra - e faço-o com um sorriso...
Ainda não dei volta à roupa de verão, meia estação, inverno: essa dança das cadeiras fica para mais tarde.
Ainda posso ir tomar um café ao final do dia, ao bar da praia, ou à esplanada na baía, com a certeza de um entardecer de mar azul vivo, e pôr-de-sol brilhante.
E depois, um dia estes, acaba. E dizem que vem aí um Inverno como não temos memória.
Não me incomodo com luvas, gorros, cachecóis, estolas de lã... nada. Não me peçam é para me encebolar em excesso que passo mal se não conseguir agitar os braços... mas também, tenho a sorte (?) de, em último caso, deixar-me estar chez casinha.
Mas isso tudo será depois, no dia em que acordarmos e o sol tiver ido de férias, o termómetro assinale números baixos, as alergias nos começarem a tocar com o indicador no ombro, e forem precisos dois ou três cafés para atingirmos aquele estado de vamos a isto.
Até lá, vamos aproveitar o Verão indiano enquanto dura!