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Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

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11 Dez, 2017

Natal?

[ parêntesis: eis que se me afigura uma queda de 5 posições de hoje para amanhã no Blogs Portugal. E não é para tentar evitar isso,  incontornável e desimportante, que escrevo este texto; neste momento tanto se me dá, números são números]

 

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O Natal está a menos de duas semanas de distância. Anda meio mundo a comprar o que ainda não comprou e a outra metade a embrulhar o que já comprou - ou fez. 

 

Pessoas fizeram a decoração: montaram a árvore, espalharam coisas giras e alusivas à quadra pela casa. Debaixo da árvore há embrulhos - a sério ou fingidos, não interessa nada, aumentam a excitação da aproximação da data.

 

As luzes piscam, ouvem-se as mesmas musicas de Natal de sempre, veem-se xaropadas de Natal.

 

Aqui em casa brilham as luzes azuis dos monitores - dos laptops, dos tablets, dos telefones. Veem-se filmes à séria, series à seria - acabei ontem, como planeara, a 2º temporada de The Crown, (ainda) melhor que a primeira.

Não fiz compras de Natal, ninguém vai oferecer presentes a ninguém. Não decorei a casa, não estamos a viver a quadra. Musicas de Natal, só as que passam na Smooth, uma de hora a hora, ou menos.

 

Este ano sinto-me desfasada. É uma solidão que vem de dentro, assumo finalmente que o Natal já foi e agora já não é. Se é quando um homem quiser, ainda assim não faz sentido a um ou a dois. Não faz. O Natal é reunião de pessoas que o encaram como tal: a união da família em torno (não só mas também) da mesa da consoada. Principalmente quando as pessoas vão todas agregar-se cá em casa de roda do perú com ar de tanto-se-me-dá comme d'habitude. A diferença é que este ano recuso-me a não ver.

 

Ao longo da vida ganhamos umas coisas, perdemos outras, é a ordem natural das coisas. Mas eu não vou estar nunca preparada para abdicar do Natal, e no entanto, este nem vai a enterrar, que já terão sido as suas exéquias.

 

Das melhores memorias da minha infância, metade é desta altura - e éramos só cinco. Mas era especial. A outra metade é dos Verões passados em casa do avô.

 

Já perdi o Natal e a sua magia. Ainda me vou enfrascar de filmes palermas a transbordar de neve, coisas esferovíticas que adoro. E vou cozinhar a ceia, para quem vem sentar, comer e sair em seguida e eu ficar de estômago embrulhado a olhar para as mãos.

 

Hoje estou com a telha. Culpem a Ana, que desde ontem que não saio de casa.

 

4 comentários

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    Fátima Bento 11.12.2017

    Ó pá, mas eu tenho tanta pena... tenho recordações fantásticas de quando ia à chaminé... vou contar ainda antes do Natal 
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    cheia 11.12.2017

    Não tenho quaisquer recordações, quanto mais fantásticas, infelizmente! 
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    Fátima Bento 11.12.2017

    Não ter recordações, digo eu que poderá não ser mau. 
    Eu tenho, e se a minha infância foi "estranha", a partir do momento em que entrei para a escola a coisa foi piorando tornando-se mesmo, mesmo dura - aos 12 anos, quando foi registado o primeiro episódio de depressão major.
    Ou seja, as memórias de que falo são as únicas realmente boas que tenho. Uma parte, resgatei: passo férias todos os anos pertinho do lugar onde fica a casa do meu avô, actualmente abandonada. E vou sempre até ao portão, e recordo um pedacinho de mim.


    Acho que posso encarar isto como, umas vão outras voltam... o Natal como o conhecia, esse, foi-se...
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