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Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Escrevi o titulo antes do post, tendo à partida a certeza que este top não vai versar livros, mas autores. É indissociável a fusão entre ambos - excetuando casos especiais, não coloco um livro nos meu top sem conhecer o autor através de outras obras. Não consigo - o génio de uma obra pode tão só e apenas esconder a bestialidade da seguinte; às vezes as coisas 'calham bem', e uma boa mão não faz um bom jogador.

Ainda assim, vou tentar fazer uma pequeníssima lista com cinco títulos...

 

- O jogo do Anjo, Carlos Ruiz Zafón.

 

Calhou ter sido por este titulo que travei conhecimento com o autor e com 'o cemitério dos livros esquecidos'. Zafón, para mim, é aquele autor - e acredito que todos nós temos um 'aquele autor' - que me dá vontade de reler em momentos particulares, em que preciso do colo das palavras. Em que não quero surpresas, quero percorrer as mesmas ruas da mesma Barcelona, e cruzar-me com os mesmos personagens. Existe sempre uma esquina que me passou despercebida, um murmúrio que não ouvi, um brilho no olhar que me escapou, e surpreendentemente é possível reler Zafón sem que a sensação de déja vu se acomode ao nosso lado.

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- Quarto livro de crónicas, António Lobo Antunes.

 

Admito, é quase vergonhoso que, de um autor que venero como ALA, coloque um livrito de crónicas, como ele se referiria a ele, no top. Mas é quase que uma forma de o pôr (Lobo Antunes) na lista de uma forma fácil: o quarto, é o livro de crónicas que releio quando me apetece um rebuçado com princípio meio e fim, legível num curto espaço de tempo, que me deixe um sorriso nos lábios, e  não me obrigue ao exercício - pelo qual me pelo, mas nem sempre - de mergulhar em apneia até perder o fôlego, e gerir as dores que o âmago das suas obras me provocam. Correção: que a viagem que as suas obras obrigam ao fundo de mim, a remexer coisas que repousam no meu oblívio, desencadeiam. Por isso, opto pela provocação de colocar o mais leve, mais fácil, mais agradável dos titulos no meu top, mais não seja para contrariar quem afirma, sem espaço para contradições, que 'quem gosta de ler as crónicas de LA, lê-as na Visão'. Acrescento eu: não só mas também. E relê-las, não? Será que se gastam, são descartáveis ou terão prazo de validade?

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- O Historiador, de Elizabeth Kostova.

 

Autora nada prolifica, escreveu esta obra, à qual se seguiu, dez anos volvidos, O ladrão de cisnes, que não conseguiu aproximar-se do seu primeiro titulo. Gosto de histórias que me fazem viajar, e este é um livro que me levou pela mão a conhecer os países bálticos, com uma escrita de tal forma viva, que paginas houveram em que consegui sentir o cheiro do café com leite que os personagens tomavam. O tema é um clássico que, sem cair em lugares comuns, conta a busca do túmulo de Vlad Dracul, o empalador, mas poderia ser outra história, que contada daquela forma, estaria aqui, a meio da lista dos meus favoritos.

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- Lugares escuros, Gillian Flynn.

 

A escrita desta senhora atordoa-me - e isto é um Elogio, assim com maiúscula e tudo. Em Em parte incerta, ela mostra-se mestra no seu estilo, segura e precisa como um x-acto. Em Lugares escuros, obra anterior, baralha e torna a dar naquele estilo desconcertante em que o que parece não o é nunca, e o que antecipamos não acontece. Com 'Sharp Objects' na mesa de cabeceira para iniciar, escolho este titulo mais para fugir à escolha mais óbvia de Gone girl. Gillian Flynn merece um lugar cativo neste meu top. Promete. Muito.

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- O Psicanalista, de Jon Katzenbach

 

Aqui no domínio da literatura dita pop, leio todo o Katzenbach que me passa pelas mãos. Há os adptados ao cinema, os com direitos comprados para o efeito, e este é, tanto quanto sei, o único titulo traduzido para português. E um livro que me levou até Vila Franca quando deveria ter saído na gare do Oriente, merece este destaque. Com paginas que se nos colam aos dedos e que só largamos quando acaba. Narrativa fluida e viciante, só consegui imaginar, em adaptação ao cinema, Anthony Hopkins no papel principal.

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Deixo aqui uma menção honrosa para Mary Higgins Clark, a única autora - neste caso de policiais/thrillers - que me leva a, por sistema, começar e acabar um livro num prazo máximo de 24 horas. É um começar sem largar. Prazer no seu estado mais puro.

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