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Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

E se nos deixássemos de paninhos quentes? Sim, somos mulheres reais (mais real é difícil, se nos cortarem, sangramos). Mas não somos (obrigatoriamente) "fortes", e quando passamos o 44, garantidamente não somos cheínhas: somos gordas.

 

Há algumas coisas que me irritam, uma delas é o medo das palavras. Quando era miúda, quem morria de cancro morria "de uma doença má" - deus nos livre de alguém dizer a palavra cancro! Quando eu tinha 15 ou 16 anos tive tuberculose, andei em tratamento uns meses largos, e passou. Mas aqui d'el rei, o que eu tinha era uma mancha no pulmão. Claro que eu colocava o palavrão em cada frase que cabia... era tuberculose, porra! Mancha no pulmão era na radiografia!

 

E hoje, em 2018, há ainda um número maior de coisas que não se dizem, há ainda mais palavras que assustam, que ofendem! O que eu acho - e quem sou eu... - é que vivemos numa era de con**has que se melindram por dá cá aquela palha... há que engrossar a nossa casca, man up!, independentemente do nosso género. Irra!

 

O preto é preto.

O gay é maricas.

Eu sou gorda.

 

Façam lá o favor de encaixarem! A ginástica que é preciso para não ofender as pessoas hoje em dia... é obra! Não podemos falar de escolhas sexuais a não ser usando tecnicismos: as pessoas deixaram de conseguir rir de si próprias????

 

Gente, o Victor veste o 38, tal como o Tomás, e eu o 46. Costumo dizer que quando vamos na rua quem nos vê diz que eles estão magrinhos porque eu como tudo e não sobra nada para eles. E acho imensa piada à coisa - hão-de convir que é engraçado... imaginem a cena e coloquem-lhe a legenda...

 

De resto, a par com o medo das palavras vem o medo dos números. A pessoa está gorda. A pessoa não se pesa porque tem medo dos dígitos que vai ver. 

 

OY!!!!!!

 

Não é que o peso seja superior ou inferior, não é que fique a vestir um tamanho abaixo ou acima por saber quanto pesa! Canudo, são números!

 

princesas1.png

 (via)

 

Portanto chega de passar verniz na verdade. Somos gordas. E existem coisas de que gostamos todas, e coisas que nos são difíceis, coisas que nos são impossíveis, outras que nos são mais ou menos caraterísticas... por isso, a partir de hoje vai haver uma nova rubrica aqui no blogue que se vai chamar Nós as Gordas. Não terá dia certo, pelo menos por enquanto, mas vou já adiantar que amanhã será publicado o primeiro. E depois, o vosso feed back influenciará a sua periodicidade...

 

Haverá coisas sérias, coisas leves, coisas alegres, outras tristes... 

 

Se se sentem capazes de seguir uma verdade sem purpurinas, o caminho é por aqui. Já chega de enfeitar a realidade - porque não há necessidade. A verdade é que, vistamos o casaco do tamanho que vestirmos, por baixo somos nós. Sempre. E não é uma palavra que vai alterar a coisa. 

 

E deixem que vos diga que se não merecemos gostar de nós quer pesemos dois ou três dígitos, vou ali e já venho...

 

 

Nota: estes posts não apelam a que, mesmo que se aceite o facto de estar acima do peso ideal, a pessoa deixe de prestar atenção à saúde. Por isso, aconselho toda a gente (e não apenas as/os gordos) a ir ao médico de família pedir análises E mostrar os resultados ao mesmo. Se houver problema, siga as indicações do médico.

 

Eu tenho a sorte de estar tudo normal, mas não sou bitola para ninguém...

 

#nósasgordas

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