Nunca celebrámos este dia
...como não era hábito festejares os outros, o de aniversário, o Natal, e a entrada do ano, mesmo quando calhava estarmos juntos. Não era a tua praia, e eu respeitava, nós respeitávamos.
No entanto, agora olho para trás e digo-te: fazia um ramalhete com todos esses dias pré destinados no calendário, em que os marketeers deste mundo nos dizem que são especiais por-isso-vá,-ide-comprar-qualquer-coisa, agarrava em ti e passava todos eles contigo
assim, mesmo todos eles coladinhos uns aos outros, ainda eram uns quantos, não?
Levava-te ao me restaurante favorito (que não chegaste a conhecer), andava de mão dada contigo na praia, convencia-te a irmos ver um jogo do teu Sporting a Alvalade e ainda te levava ao cinema a vermos um filme daqueles feitos de açúcar derretido a pingar-nos dos olhos.
E de resto, ficava sentada ao teu lado no sofá, bem coladinha a ti, com a cabeça no teu ombro
não encostei a cabeça no teu ombro vezes suficientes...
e deixava-me ficar ali, ao 'colinho' do meu pai, a deixar os minutos passarem sem perder um segundo que fosse.
Se fosse possível recuperar o que não aproveitámos
porque há sempre coisas importantes, tão importantes, que não podemos delegar, afastar, cancelar,
para conseguirmos aproveitar o tanto que acabamos por perder.
Para ti, hoje e sempre,
porque te amei, amo e vou amar sempre.