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Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Sinopse telegráfica: um garoto descobre que, quando a sua sombra se sobrepõe à de outrem, estas se trocam, e enquanto é portador de outra que não a sua, conhece segredos do dono original da mesma. Paginas tantas cresce, é estudante de medicina, e vai evitando a situação. 

 

Esta história fabulosa - que poderia, ou não, ficar-se pela infância do personagem - seria talvez o éden para um escritor que não estivesse a "despachar matéria" para venda.

 

Assim, reconheço-lhe a criatividade e a capacidade de engendrar uma história com pernas para correr.

Reconheço-lhe laivos de ternura que conseguiu arrancar-me sorrisos.

Reconheço-lhe erros básicos em que a utilização do calão próprio do discurso de um miudo de, calculo, 11 ou 12 anos, "cheio de cagaço", se mistura , na frase seguinte com um vocabulário improvável em alguém da mesma idade "acusar-me-ia de efabular".

Reconheço-lhe a decisão de optar pelo desenrolar mais fácil, numa tentativa de agradar a um publico vasto. De facilitar o desenlace a qualquer preço, por forma a chegar onde decidiu.

 

Neste palco de Levy, os lugares foram marcados no chão a fita gomada de cores vivas, a musica posta a tocar a marcar o ritmo; os personagens ficaram nos seus lugares, a mover os lábios de onde saiu a voz do autor.

 

Uma boa obra literária, para merecer tal menção, pede que seja dada vida aos personagens, que os mesmos direcionem o criador, o levem a fazer curvas apertadas, ultrapassagens tangentes, paragens de todo imprevisíveis e arranques inesperados. Um BOM escritor observa a vida da sua criação e relata-a, ao invés de criar uma caixa de onde os mesmos não só não podem sair, como têm um guião que não autoriza qualquer improviso.

 

Marc Levy é o autor mais lido em França, as vendas contam milhões de exemplares (28), e encontra-se traduzido num sem número de línguas (47). 

 

E depois, talvez por isso, ACONTECE ISTO.

E ISTO é o tanto que poderia ser e não chega a ocorrer, porque outros valores, mais caros ao autor, se impõem.

 

Demorei a ler (um livrinho!), e custou-me a encarreirar as ideias por forma a dar a minha impressão. Mas aqui está:

 

"O Ladrão de Sombras" é um lamentável desperdício por parte de um escritor dececionante, que se rege pelos princípios errados...

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