O melhor filme que vi em 2017
Este ano vi mesmo muitos filmes, o que é bom... e menos bom.
O bom é que todos os filmes que vemos nos enriquecem. O mal é que entre os que vi em cinema (pelo menos uma vez por semana) e os vistos em streaming ultrapassei 150 vistos nos últimos 365 dias (não, não estou a exagerar) o que faz com que não me lembre, assim lembrar mesmo, de mais de 20%, e se calhar já estou a forçar um nadinha...
Por isso quando o sapo me perguntou qual foi o melhor filme que viste em 2017, balancei um bocadinho sobre a forma que usaria para descrever o melhor do ano. E optei por começar destacando três filmes:
O filme que me fez tremer nas bases, e que me levou ao cinema um bocadinho agoniada, por medo daquilo que (tinha a certeza de que não) ia encontrar. Ledo engano. O filme está tão perfeito quanto possível, e tenciono voltar a vê-lo.
Que se lixem os que não gostam de musicais, os que acham que o filme falhou na pretensa homenagem aos gloriosos anos 40/50 de Hollywood, que se lixem os que acharam o filme lamechas: eu gostei. Gostei muito. E não preciso de encontrar razões para isso. Ponto.
Foi candidato ao óscar de melhor filme estrangeiro (e ao de melhor caracterização), e vi-o logo depois de ler o livro. Está fidelíssimo e é a maior das ternuras. Chegou ao nosso país quase com dois anos de atraso, mas isso não interessa nada. Ganhou uma posição segura e confortável cá dentro.
E se tivesse de escolher um destes três filmes para filme do ano, seria o primeiro. Mas não o vou fazer.
E por isso, esqueçam o que escrevi atrás.
Agora imaginem-se na Borgonha, numa quinta vinícola que três filhos acabam de herdar. Não falta aquele que achava que o pai não gostava dele e era demasiado exigente e tirano, uma rapariga - que por ser rapariga não seria a primeira escolha do pai para continuar o negócio, e o filho mais novo, casado com a filha de um magnata do vinho da região pretensioso até à medula.
Não falta nenhum destes lugares comuns, e no entanto, o filme é tão mais que isto!
É uma viagem à infância, polvilhado de flash backs curtos e deliciosos, sem explicações, perfeitamente dispensáveis; é um perpetuar de pequenas cumplicidades que não se perdem no tempo. É o saber feito de esforço, é a terra que se vive como se a respirassem, lhes corresse nas veias, como se fizesse parte do próprio ser
Ce qui nous lie/Aquilo que nos une foi, sem qualquer dúvida, o melhor filme que vi este ano
- o que mexeu com os meus cinco sentidos (é obra!) e que vou querer repetir mal o encontre em streaming ou no clube de vídeo.
Tão, mas TÃO BOM!