O melhor que li em 2017
Não li tanto quanto poderia, mas este ano foi uma sucessão de altos e baixos, loopings e screwdrivers, pelo que a disposição emocional para tal passou-me muitas rasteiras... ainda assim li um punhado de excelentes livros.
Já aqui falei da saga Melrose, do St Aubyn, pelo que nem vou voltar a tocar no assunto. Juro.
Adiante pois, saltando já sem mais delongas, para o MEU livro do ano.
Vá, admitam que vos salta à vista O livro do ano de 2014 segundo a Waterstones. Pois que só o li este ano depois de duas tentativas falhadas.
E porquê, perguntais vós? A resposta requer uma explicação acurada...
Tenho memória fotográfica*,
(nesta altura já é mais fotográfica que memória, mas isso são detalhes...)
Ora a ler um livro, tenho de enquadrar a parte cénica. Se não vejo, ando à procura, e a história passa-me ao lado...e foi isso que se passou com o livro em questão nas primeiras vezes que o tentei ler.
Mas desta vez resolvi avançar. O livro passa-se na Holanda, em 1686, e eu juro que comecei uma e outra vez e não conseguia ver os personagens, a forma como era descrita a forma como se vestiam e o seu viver espartano não encontravam paralelo na minha memória. E depois, fez-se luz.
Os Amish são de origem Holandesa (ainda hoje falam holandês entre si) e comecei a antever as descrições das vestimentas similaridades com as que usam nos nossos dias... e na dobra da capa pode ler-se
Um romance de estreia magnífico, sobre amor e traição, que evoca com grande sensualidade a atmosfera de Amesterdão de Sec XVII, erigida sobre a riqueza da Companhia Holandesa das Índias Orientais, mas espartilhada pela mentalidade puritana da sociedade de então.
Pronto, entrei no livro!!!! E SE valeu a pena!
Jessie Burton é imprevisível de inicio ao fim, a obra tem uma atmosfera pejada de pontos de interrogação, que nos prendem ao desenrolar da história.
O livro, para dizer o mínimo, usa a nossa curiosidade à exaustão - e o resultado é magnifico!
(e para minha desgraça, acabei de descobrir que ela tem um livro novo! Ainda só no original, e a tradução d'O Miniaturista é fantástica! Mas lá vai mais um para o kobo - em papel comprarei em português)
Recomendo vivamente. Dos poucos que li (foram uns dezassete durante todo o ano) este foi o que me surpreendeu e agarrou mais, nitidamente pela positiva.
Recomendo vivamente ,a quem ainda não leu. E a quem leu, é de repetir!
*coisa que sempre me deu muito jeito nos testes... quando não me lembrava da resposta, fechava os olhos, e "via" a pagina do livro, pelo que era só ler o que lá estava; só tinha de arranjar pontos de referência/jogos mnemónicos para me lembrar de QUAL pagina...