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Porque Eu Posso

... e 'mái nada!

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23
Out18

O primeiro homem na lua - Bom com maiúscula

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[Há uns anos atrás, quando tinha de fazer algo como falar em publico, eu não vacilava: avançava e fazia-o. Quem me visse veria alguém seguro, penso. 

O que não sabiam era o que se passava cá dentro... eu empurrava-me para a ribalta e ficava a observar-me de um espaço seguro, até que me fundia comigo, e fazia coro com o que defendia ou apresentava. 

Não será muito fácil entender isto, e mesmo que tente não consigo explicar melhor; é um mecanismo de defesa automatizado, presumo que provocado por um acontecimento ou situação traumáticos, que nos levam além do que é racionalizável]

 

E foi este comportamento que reconheci na personalidade de Neil Armstrong, como me foi apresentado no filme de Damian Chazelle. Ele tem uma capacidade de avançar, sempre, mas com um vazio no olhar, como se não estivesse realmente vivo. Como se a sua metade humana tivesse acabado aquando da morte da pequena Kate, e tivesse seguido viva a metade funcional, a que é capaz de fazer o que se lhe exige, e fá-lo com destinção, a parte que se compõe de equações matemáticas e previsões seguras. 

 

Este filme, que conta com um trabalho notável de Gosling, como um homem fraturado que quando sorri, o sorriso nunca lhe chega aos olhos - francamente um sério candidato a levar o careca para casa - é mais de que a história da primeira alunagem, mais de que a história da forma como a família viveu a ansidade de ter o marido e pai suspenso num imenso ponto de interrogação, mais que a história do astronauta: é a história do homem. Do homem quebrado que se reencontra ao completar a sua missão na lua - ali é a si próprio, a sua dor, e a libertação da mesma que descobre.

 

Damian Chazelle soma e segue,e Ryan Gosling está de parabéns com um P muito maiúsculo, Claire Foy não desilude, comprova que é uma atriz que continuará a dar mesmo muito que falar.

 

First man/O primeiro homem na Lua, é um filme obrigatório. Mas principalmente obrigatório também é olhar muito para alem do óbvio.

(a citação é minha, claro...)

 

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