O retiro - dia 1
Depois de um milhão, setecentas e três mil e duas tentativas de escrever sobre os meus três dias de repouso, vamos ver se é desta...
Vamos
tentar
começar pelo começo.
E para começar... bom, começou aqui.
Entrei por esta porta de trolley e vanity rosa choque. Fiz o check in um pouco depois das 14 horas e subi ao quarto. Atirei-me para cima da cama, rastejei à recruta de uma lateral à outra da cama e 'fiz o caminho inverso' a rebolar, a ver quantas voltas. Perdi-me na conta. Peguei no telecomando para verificar os canais disponíveis; tirando os quatro em português, mais o Bloomberg e o CNBC, não conhecia nenhum. Também não fui para lá para ver televisão - pousei o comando e não lhe peguei durante o resto do tempo.
Seguiu-se AQUELE MOMENTO, expectável, embora não tivesse pensado no assunto:
E AGORA?
E agora, como é que eu faço? Afinal como é que se faz para descansar? Saco dos livros, das revista, do tablet recheado de filmes e alguns episódios de séries e ponho tudo em cima da cama. Dou uma volta sobre mim mesma, olho a bagagem - pois, há peças que têm de ser penduradas... e os cosméticos, pô-los na casa de banho. E tenho casacos no carro que tenho de ir buscar... e...
E NADA!!!
Não tenho de fazer nada! É só fazer o que me der na bolha. O caminho é por aí: o que me apetecer. E apetece-me dormir uma sesta.
Vou correr os reposteiros (manuais) e verifico que uma das varetas está partida,e reduzida a um pequeno coto que pende da calha encostada ao teto.
Mal por mal, a cortina não é pesada, puxo pelo tecido. Com o quarto na semi obscuridade, vou ligar o candeeiro de cabeceira. Clique, clique, clique. Então onde é que isto se liga? Contorno a cama e vou investigar o outro. Clique, e faz-se luz à primeira. O que quer dizer que a lâmpada do primeiro está fundida...
Podiam ter verificado as lâmpadas quando prepararam o quarto, não?
se calhar é embirração minha
Não me quero aborrecer com nada - frase chave dos três dias que lá passei - troco as lâmpadas, porque não quero ninguém no quarto. Problem solved.
Acordo um par de horas mais tarde, e vou experimentar a cabine de duche. Ô maravilha! Caibo deitada, estendida, sem tocar nos limites! Saio de lá que pareço manteiga, relaxaaaada, com o cabelo enrolado numa toalha, ligo ao ar condicionado e vou para os lençóis. Pego no tablet e ouso um jogo. Segundos depois pouso,
ná não é isto.
Pego n'O Quarto de Jack - o que é que me deu para achar que aquele era um livro indicado? Acabo a folhear a Marie France onde descubro que uma das minhas autoras-miminho, Sophie Kinsella, tem um livro novo, Finding Audrey. Pego no e-reader e pesquiso. Descarrego a amostra
e irei passar os três dias seguintes a tentar efetuar a compra.
O cabelo seca, está na hora do jantar. Visto-me (um vestido e um cardigã com sabrinas) e chamo o elevador.
Entretanto decido passar antes pelo bar e tomar um porto. Depois, subo ao restaurante, e... admirável mundo novo! A cozinha do 'The 19' é para lá de fabulosa! Descomplicada e uma verdadeira experiência gastronómica.
Dispenso a sobremesa e, depois de tomar café volto ao quarto. Hora de 'falar' com o marido e o filho por escrito. Numa da noites falo, inclusive, com a filha. Limpo a pele, aplico o Bio Oil, e trato de dormir.
Claro que acordo de madrugada, mas levanto-me, ligo o ar condicionado - a temperatura do quarto baixou substâncialmente durante a noite, e deixo-me ficar na perguicite. Ainda terei adormecido, mas às oito e meia estava a tomar o pequeno almoço.