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Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

14 Jan, 2016

Oh pahhhh....

Não me perguntes; não sei onde, em que dia, em que cinema, em que filme, em que personagem me apaixonei irremediavelmente por ti. Pela tua voz, pela tua presença.

 

Não me perguntes; não te conheço de lado nenhum, e no entanto parece que me morreu um amigo, alguém que (quase) conhecia.

 

Não me perguntes; não sei bem porquê - ou saberei bem demais - mas é tão redutor referenciarem-te pelo papel de Severus Snape, que só me apetece desatar ao pontapé e à bofetada, e escrever comentários desagradáveis em todas as noticias que o fazem. Isto de tentar enfiar um Grande Actor numa pequena caixa de sapatos, é revoltante. Claro que é um papel fantástico, mas tu não fizeste só isso, caramba!

 

Não me perguntes, porque nem to sei dizer a ti: talvez, mas só talvez, que terei guardado o Harry, de 'Love Actually/O Amor acontece', como o teu desempenho que mais gostei. Só talvez, porque também guardo com especial carinho o personagem de Judge Turpin, de Sweeney Todd. E, sei agora, que te vi pela última vez em A little chaos/Nos jardins do rei, que fui ver SÓ porque tu realizavas - e onde encarnavas Louis XIV. 

 

Não me perguntes: claro que não vou perder as duas últimas hipóteses de te ver no Grande écran, em Eye in the Sky  e em Alice Through the Looking Glass.

 

E depois deixa-me que te diga: estou zangada contigo. Sempre acreditei que te veria em palco, em Londres, um destes dias, mais mês menos mês, mais ano menos ano. Era assim como um meu sonho, estás a ver? E tu estilhaçaste-o. Estou quase furiosa.

E sabes porque estou zangada? Porque é mais fácil estar zangada que triste. Porque se estivesse triste, ia entender que nunca mais te vou ver fazer nada em lugar nenhum. Que partiste sem dizer adeus, e sem me deixares aplaudir de pé.

Alan, vais estar sempre por aqui, nos fotogramas - tantos! - que nos deixaste, na memória de todos os que te viram na Royal Shakespeare Company.

Faço minha a tua expressão de abertura do post, aplaudo-te uma última vez de pé, e entre bravos, digo-te até breve. Pertences ao grupo daqueles que são tão especiais que nem o cancro os vence.

Obrigado por tudo.

Alan Rickman.jpg

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