Os gatos na/da minha vida - Pussy, Buzina e Blimunda
- essenciais, sempre.
(foto de Robert Laszlo, Pexels)
Sempre tive gatos. O primeiro felino era uma menina, tinha eu três anos: ficava sentada à porta do quarto à espera de a abrirem, sinal de que eu acordara, entrava disparada e sem que a minha mãe visse, enfiava-se dentro da cama e enrolava-se debaixo dos meus joelhos. Infelizmente eu não conseguia deixar de rir, e a bichana era sempre descoberta e dali corrida! Foi refinando o modus operandi, mas nunca conseguiu ser 100% bem sucedida.
E fui tendo outros, ao longo da vida. A primeira que tive quando passei a viver sozinha foi a Pussy - digo e reafirmo que não fui eu a dar-lhe o nome - que me fazia o favor de ter, em média, três ninhadas por ano, o que me levava a fotografar, fazer cartazes e distribuir pelas lojas das redondezas, por forma a conseguir casa para os infantes. Era a coisa mais meiga, uma ruiva que na véspera de parir se deitava com a barriga encostada à minha, braços e pernas para os lados, para eu sentir os gatinhos mexer e saber que estava na altura de preparar a "sala de partos": era sempre no mesmo local, no meu quarto. Eu levava uma manta, lençóis brancos e uma pilha de revistas, e ficava horas - horas! - sentada ao lado dela. Uma experiência absolutamente mágica... dias depois mudava-os de sítio: levava-os um a um na boca e colocava na minha mão, para eu os pôr no sofá ao meu lado, para onde se mudava de armas e bagagens.
Acabei por ficar com dois bebés dela: o Buzina, um gatinho branco com manchas da cor da mãe, e a Blimunda, uma british turtle que se veio a revelar lindíssima. O primeiro gostava tanto de mim que, detestando água como todos os gatos, quando eu tomava banho de imersão deitava-se ao meu colo: entrava devagar, com o ar mais enjoado do mundo, e baixava-se muito devagar ficando com a barriga e os membros completamente dentro de água. E ali se mantinha, completamente imóvel, até eu adecidir que estava na hora de sairmos da banheira.
Ou seja, sempre fui muito ligada aos felinos, e hoje, por razões mais ou menos óbvias, serei, eventualmente, mais (se é que tal é possível...). Nunca consegui viver sem um, o período mais longo que isso aconteceu foram seis meses e custou-me horrores.
Histórias de gatos, tenho imensas. Se quiserem conhecer mais, digam nos comentários aí em baixo, que eu conto.
Bacci per tutti