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Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

Porque Eu Posso 2.0

... e 'mái nada!

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Bom, para inicio de conversa,da minha infância trago as melhores recordações de Natal do mundo.

 

A primeira de todas, eu teria 3 anos, e a mãe foi buscar-me à cama - o Pai Natal só vinha quando estávamos todos a dormir - e colocou-me sobre a mesa da cozinha, em frente a uma chaminé cheia de presentes.

A adrenalina, o nervoso miudinho, e todo o resto faziam-me tremer de tal modo que os dentes chocalhavam quais castanholas... foi nesse ano que recebi as "casinhas", pequenas divisões mobiladas para bonecos pequeninos (eu usava umas bonecas articuladas bastante antigas do tamanho do meu polegar de 50 anos). Ao invés de uma casa de bonecas com andares, tive uma térrea, com cozinha, quarto, quarto das crianças, sala de jantar, sala + jardim e, atenção, uma casa de banho que faz a minha atual corar de vergonha... entre uma mão cheia de outras coisas -

e, como sempre um postal escrito pelo Pai Natal!!!! Para mim, só para mim! *

 

E era sempre lindo, pop up, com purpurinas... estamos a falar de 1970, e essas coisas não eram muito comuns no antigo regime...

 

Nem eram as prendas (vai-te catar, Fátima, quando temos três anos SÃO AS PRENDAS, SIM!) mas era toda a magia que a minha mãe conseguia criar. 

 

Uma mão cheia de dedos mais tarde (mais dedo menos dedo) nós viamos a Heidi na tv (em manga/ anime). E vai que me apaixonei por uma Heidi com 30 cm, pouco mais ou menos, que vi em Las Três Campanas, uma mega store de brinquedos em Badajoz (numa altura em que ainda não existiam mega stores...), local onde já me era permitido acompanhar os pais. E tive um pequeno crush pelo boneco Pedro, mas assim tipo 70/30... não sei como é que a senhora minha mãe fez aquilo mas na noite de Natal tirou um Pedro da cartola, que eu JURO que não me apercebi dela ter comprado. E com muita, mesmo muita pena, disse-me que tinha tentado comprar a Heidi, mas que estava esgotada. Fiquei para morrer, mesmo triste, olhei para o Pedro com um misto de ternura e de já ias para o caixote do lixo, mas era, traidor! 

Abri os restantes presentes, tipo bolas, bolas, bolas... 

Quando acabei, a minha avó sacou de uma caixa que tinha do lado do braço do sofá, e entregou-me. Pelo tamanho, antecipei o que era, mas lancei-me à caixa como gato a bofe. Quando vi o rostinho da boneca, atirei-me à minha avó e devo ter estado uns bons dez minutos a soluçar...

 

Os meus Natais eram os melhores do mundo... mais uma vez digo: não era (TANTO) pelas prendas, era pelo cuidado no que escolhiam, que me dizia em letras garrafais que gostavam de mim.

 

Tenho mesmo saudades dos Natais da minha infância... 

 

* Giro foi que eu aprendi a ler aos quatro anos (não,não teve piada nenhuma, mas a mãe tinha sido professora primária e estava apostada em desenvolver um super génio... mas isso não interessa nada...) e se eu já achava que aqueles rabiscos eram muito parecidos com os que saiam dos lápis e esferográficas da mãe, no  primeiro ano em que consegui ler o postal fiquei sem dúvidas... ó mãe, o Pai Natal tem uma letra igual à tua! Mas ela também não se ficou: ah, ele tem muitas letras, assim é para ter a certeza que os meninos entendem mesmo o que ele escreve!

 

'Tá bem abelha! 

 

Não deixei de acreditar no pai Natal, mas ninguém me viesse dizer que quele postal não era escrito por ela e colocado ali pela mesma...!

2 comentários

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    Fátima Bento 22.12.2017

    Fazia todo o sentido naquela fantasia!
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