Sempre fui tímida, introvertida até, mas boa aluna. No que tocava a apresentações, estas causavam-me uma dificuldade imensa em lidar com a ansiedade e uma frustração cíclica. Cheguei a faltar a aulas onde sabia que iriam decorrer. Certa vez, incentivada por ser uma disciplina de que gostava - Literatura Portuguesa - acreditei nas minhas capacidades, preparando-me o melhor possível e corri o risco. Se a professora notou um esforço sincero nesta superação, ou se o tema foi realmente o apropriado e bem desenvolvido, não o saberei, mas o certo é que redundou numa nota excelente. Desde então, com melhor ou pior desempenho, nunca mais hesitei perante um desafio semelhante. 

 

 

Um dos aspectos da minha vida é a necessidade de assistir a espectáculos: concertos, sessões de poesia e contos, cinema, às vezes teatro. Até aí, nada de mais. A tragicomédia dá-se quando o ambiente envolvente se torna opressivo: aglomerados, sobretudo nas entradas e nas saídas, podem virar um filme de terror para quem sofre de agorafobia, mesmo num grau mais leve. Infelizmente, não tive uma epifania: superar, em parte, este receio tão inculcado, foi fruto de insistir e persistir durante anos, sair da zona de conforto sem forçar e apreender as estratégias que melhor funcionam, pelo menos para mim.

 

 

Não sou concretizadora, adepta da auto-ajuda e do optimismo bacoco. Acredito antes na capacidade de cada um viver procurando aquilo que o conforta e o ajuda a existir, num mundo nem sempre simpático para quem não se enquadra com facilidade. Espero, com estes exemplos, mostrar que quando é nossa determinação os medos podem ser ultrapassados".

 

 

Obrigada, Helena, por teres partilhado os teus momentos de empoderamento connosco. És uma mulher de força, que não vira as costas aos desafios.

 

 

Amanhã, aqui, mais um texto de outro autor. Quem? Já sabem como é, é aparecer e descobrir!

 

 

Até amanhã!!!