Primeira leitura do ano: done!
O Sítio Secreto, Tana French - prémio Porque eu Posso, quotable book 2021
À noite, gosto de me deitar, puxar o livro que está na mesa de cabeceira e perder-me noutros mundos e histórias. No entanto, desde que o ano começou ainda não recomeçara a ler. Tinha ali à mão, no topo da pilha
(aquilo é uma torre imensa, levo para ali os que quero ler agora, e no tampo da mesa de cabeceira convivem alegremente Kristin Hanna, Penny Vicenzy, Afonso Cruz, e mais um punhado de livros em lista de espera, tenho mais olhos que barriga...)
o Manual para mulheres de limpeza, da Lucia Berlin, mas não me apeteciam contos
(e é essa a razão porque ainda não comprei A cidade de vapor, do queridíssimo Zafón - a minha vida literária não seria a mesma sem este autor...)
Então, um dia destes, no Instagram surgiu um anúncio a O Sítio Secreto, de Tana French, adjetivado como "livro do ano", o que me fez dar uma gargalhada - ele estava ali na prateleira há um punhado de anos, e embora já lhe tivesse pegado algumas vezes, nunca passara das duas primeiras páginas. Fui busca-lo para ver o ano de publicação - 2015 - demorei-me um pouco com ele nas mãos e decidi: estava na altura de o ler. Levei-o para o quarto e em boa hora o fiz. O livro é impressionante.
A história é simples: um jovem aprece morto nos jardins de um colégio feminino na Irlanda, e a investigação da policia para encontrar o assassino resulta em nada. Um ano depois alguém afixa uma foto do rapaz assassinado com a legenda "Sei quem o matou", no Sítio Secreto, um quadro de avisos onde as alunas podem afixar segredos anonimamente. E uma delas leva a foto à policia, o que reabre o caso e leva a uma investigação que acompanhamos a par e passo.
Neste livro nada é o que parece à primeira vista. Há muitas entrelinhas e notas de página escritas a lápis que podem passar despercebidas a leitores rápidos: esta obra não se devora, saboreia-se. Embora desejemos muito responder à pergunta quem?, o desenrolar da trama agarra-nos e, se olharmos para os lados, há sempre pequenas (ou grandes...) coisas para ver e registar.
Isso resulta numa obra absolutamente fascinante. E a forma da escrita é belíssima, não há um único capítulo sem passagens citáveis. Mesmo, mesmo de ler.
Recomendo, então não recomendo?
E qual foi a vossa primeira - ou melhor - leitura deste ano?
Contem-me tudinho!