Quando dois e dois podem mesmo ser cinco...
Eu não falo de politica no blogue. Não quero falar de politica no blogue. Fui clara?
A politica enquanto partidarismo não mora aqui.
Mas estou nitidamente afetada.
Jurei que não ia falar sobre a história do jornal de domingo da RTP1, por não ter visto a entrevista - que jurei não ir ver porque abomino o comentador entrevistado, e não sou particularmente fã de José Rodrigues dos Santos (enquanto jornalista não existe nenhuma razão concreta, tirando aquele piscar de olho para a câmara quando se despede, e que dá direito a pesadelos).
E depois entra o Mário Crespo ontem à conversa, e enaltece o trabalho do jornalista do canal um.
Pasmo, que o que me parece do que li e ouvi é que JRS mandou o manual de jornalista às urtigas, a ética borda-fora, distraiu-se quando passou a assinatura do comentador no pano verde e confundiu o papel que cabia a José Sócrates ali, com o de politico.
O que me parece mau, e isto nem é politica, é 'jornalismo 101' - mas eu não sou, também, jornalista.
Por isso, pronto, eis que lá fui ver aquela-coisa-que-diz-que-é-para-ser-uma-rubrica-de-comentários mas JRS acaba por transformar numa entrevista. Diz que.
- bom ver não vi, ouvi, enquanto jogava Mahjong...
E a impressão que me ficou foi surpreendente. De tal modo que chego a perguntar-me se, de facto, JRS saltou detrás de uma moita armado de papelada até aos dentes e conduziu a diz-que-é-uma-especie-de-entrevista à traição e sem pré aviso a JS.
A crispação é obvia e evidente, em ambas as partes. Mas JS não se escusa nem se escuda - vai à luta com o que tem e não tem. Parecem dois gatos, nenhum dá o flanco, nenhum se dá por vencido, um rosna, o outro levanta a pata.... até ao último instante, em que é anunciado que a coisa continua daqui a 15 dias.
Ok... (wtf?)
Quem ganhou?
A RTP garantiu uma subida de share no jornal de 6 de Abril.
JRS pôde brincar um bocadinho fora da caixa e fazer o que pareceu ser uma pequena patifaria.
JS mostrou que está ali para as curvas, que um jornalista premiado armado de factos não o abala, que tem resposta, e, pior, convence. Convenceu mais nos 24 minutos de domingo de que António José Seguro nos últimos quase quatro anos.
Mas eu não sou jornalista nem percebo nada de politica.
Porque se fosse uma ou percebesse alguma coisa da outra diria que se assistiu ao renascimento da Fénix.
Não entendo - porque não entendo - porque é que Mário Crespo coloca aquilo como o exemplo acabado de que em Portugal ainda se faz bom jornalismo... - mas há já algum tempo que deixei de tentar entender MC...
Uma coisa é certa, se largar o josnalismo, JRS, ou o Feiticeiro de Oz, a existir, será um excelente marketeer...