Se eu fosse Primeiro Ministro hoje...
... deusmalivre...
Há muitas coisas para as quais eu não tenho propensão nem talento: economia é uma das muitas. Por isso vi a apresentação do pacote de medidas de combate à inflação, a que deram o nome catchy de "Famílias Primeiro", como aquilo que sou: uma leiga completa que, de cada vez que se abeira da caixa do supermercado com o carrinho mais ou (cada vez) menos cheio, espera o veredito a segurar o cartão de pagamento com as palmas das mãos transpiradas e com o coração a ameaçar sair pelos ouvidos - sempre fui boa a avaliar o total aproximado das compras, mas agora tem sido assim como esperar o resultado do sorteio do euromilhões.
E nem vou falar do combustível: isto de andar com o carro a uma velocidade moderadíssima (o que o marido apelida carinhosamente de Driving Miss Daisy), com um olho no painel de consumo que tento manter abaixo dos 4.5l/ 100km - qualquer dia fico maluquinha, é o que é - a tentar não exceder um depósito a cada mês, é todo um exercício intensivo...
Mas então lá ouvi as oito medidas aprovadas pelo governo vigente. Em seguida escutei as criticas dos partidos com assento na Assembleia, e os analistas/comentadores de serviço ao canal de noticias habitual. E acho que todos se esqueceram de uma coisa - que talvez seja ficcional, mas que estou em crer que não, pelo menos se eu fosse Primeiro Ministro, estaria com ela na manga.
Falou-se, no preâmblo, enquanto se esperava a comparência de António Costa na sala de imprensa, ou o que lhe quiserem chamar, no facto de haver neste momento na Europa países que já vão no segundo e terceiro pacotes de medidas, para assinalar que esta intervenção começa por pecar por tardia; mais, também sabemos que a guerra, infelizmente, está para dar e durar, logo, a inflação tendencialmente não vai estabilizar, quando muito, se formos otimistas acreditamos que possa desacelerar.
Será então que não ocorreu a nenhum destes seres mais ou menos iluminados que este é o primeiro pacote, e que o governo não terá grandes dúvidas que terá de voltar a intervir? E que se agora derem muito, às tantas o céu fica a ser o limite, e nem em bicos de pés lá chegam(os)?
Sei lá, como disse no inicio, não entendo de economia, mas estou em crer que o nosso PM estará a apostar em cautelas e caldos de galinha, que outros pacotes virão... e a mim parece-me uma estratégia - porque a palavra é essa - previdente.
Concordam, ou nem por isso?
Bacci a tutti