Só faltava um ataque de panico. É que só faltava!
Ponto prévio para situar quem ler este post: toda a gente sabe como têm sido os últimos meses, e calculam como terá sido o inicio do ano, certo? Depois foi procurar carro, comprar carro, stresse bom, mas que ainda assim, abala, mais a ansiedade do marido, que se me colou, aquela coisa de procurar algo errado no bólide, que agradeço, mas me deixou de pantanas - mais uma carruagem no comboio do valha-medeusqueestouderastos. Depois levantei o resultado dos exames que o médico me mandou fazer, e enviei-lhe uma súmula do resultado, por whatsapp, na sexta 14, ele manda-me ir à consulta na segunda 17, implora-me que marque uma consulta de ginecologia de urgência, consigo uma nas Descobertas para 20, marcam-me uma histeroscopia para ontem, 27, e saio do edifício com uma cirurgia marcada para 10 de março porque não havia sala antes.
E então, no caminho de regresso faço a ponte 25 de abril, e a meio da autoestrada, começo com uma moínha no estômago. Em menos de nada são espasmos. A caixa torácica parece que encolhe e deixo de conseguir respirar com facilidade - nesta altura já tinha chegado ao nó do Fogueteiro e estava numa fila para sair da auto estrada. Gemia, tapava a boca e gritava baixinho, abria a boca para meter ar, que não entrava (devia parecer um peixe fora de água aos outros condutores, só pode!), e sentia lágrimas a saltarem. Recordava-me, a espaços regulares, respira pelo nariz e pausadamente!, e lá conseguia sentir-me melhor, mas as dores aumentavam e desconcentrava-me. Tremia, a cabeça ficava leve, concentrava-me na estrada e em chegar a casa. Entrei no estacionamento, ao lado do prédio, parei mesmo ali no meio, peguei no telemóvel e liguei para o Victor, que entretanto tinha chegado a casa, e peço-lhe para descer porque me estou a sentir mal. Saio do carro com pernas de manteiga, ele estaciona o carro, fecha-o, traz-me cá acima e desce para ir buscar as minhas traquitanas. Eu deito-me em cima da cama, as dores passam e a respiração regulariza. A tremer enfio o pijama e meto-me entre os lençóis, depois de tomar um ansiolítico.
E depois explico ao Victor como tudo se passou. E ele: e trouxeste o carro até aqui nesse estado? Pois que sim, conduzir mantém-me focada. Mas sabia que só quando chegasse a casa a coisa passaria. Certinho.
Daqui a pouco vou tentar sair: tenho de ir buscar a chave suplente do carro, que foi a arranjar porque vinha avariada, e preciso de iogurtes e de mais uma ou duas coisas, mas sinceramente tenho algum receio, não quero voltar a passar pelo mesmo em público.
Mas é como diz o Peter Pan: think happy toughts
A serio. Nunca me tinha acontecido algo semelhante, e não me faltava mesmo mais nada... caramba...