A minha mãe morreu. Ás vezes andar de pezinhos de lã à volta dos assuntos não é o mais indicado - e neste caso prefiro a forma curta e direta: a minha mãe morreu. Era, sem qualquer dúvida, a mulher mais forte que conheci - o que, no seu caso tinha tanto de positivo como de negativo... mas era a minha mãe. E o que eu gostava dela! Apesar de termos acompanhado os seus dias em internamento - por duas vezes estivemos com ela durante seis horas - ainda assim é tão difícil. (...)
Morreu Isabel II, e não me perguntem porquê, fiquei triste. É claro que aos 96 anos era expetável que mais cedo ou mais tarde falecesse, mas ainda assim, sempre pensei que ela chegasse à idade da mãe, quase 102 anos... E como isto funciona, o trono passou imediatamente a ser ocupado por Carlos III que, acredito, não deverá estar muito (...)
(via) O primeiro filme que vi no cinema foi A musica no coração/The sound of music, no cinema Tivoli (sim, na Av. da Liberdade - já foi cinema, sabiam?). Acompanhei a mãe e fomos lá mais de uma vez ... ver o mesmo filme. Que é, até hoje, um dos meus favoritos, tanto o filme como a banda sonora. Como milhões de pessoas, foi assim que (...)
Neste momento, dois familiares estão com Covid. Um deles já está infetado há coisa de dez dias, o outro recebeu o resultado do teste ontem. E o primeiro piorou furiosamente esta noite. Tendo consulta hoje às 14:00h no Centro de Saúde, e não estando em condições para conduzir, chamou-se o INEM. Afinal não é com eles, deram o contacto dos bombeiros concelhios: estes só tinham ambulância para as 17h pelo que passaram (...)
Mia, 18/02/2005 - 07/07/2019 Publiquei há dois dias atrás, no Instagram, uma foto acompanhada pla frase "A Mia foi para o céu dos gatos". Ontem imaginei o céu noturno e senti que ela seria uma nova estrela. Todos estes lugares comuns nos veem à cabeça quando nos dói, e queremos fazer uma vida normal. E tomamos fielmente os comprimidos para adormecer depressa. A noite passada ainda recordei, e quase pude sentir, as costas dela nas minhas, destapadas, como ela fez todas as (...)
Caminhava altiva, o olhar fixo num ponto imaginário em frente, pescoço direito, queixo levemente erguido. Quando a via passar na rua, todos os dias a caminho do Instituto, imaginava como seria bom estar dentro dos seus sapatos, caminhar os seus passos, sentar-se à sua mesa com os seus pais, comer os mesmos pratos, ter os mesmos amigos. Imaginava-a numa vida tão perfeita e cor de rosa como nos filmes que devorava, em que o final era sempre feliz e às vezes lhe faziam escorrer (...)
Não posso falar muito sobre ele... por muito que gostasse. Para mim sempre foi aquele grande poeta que me deixava deprimida, e que invariávelmente acabava por desistir de ouvir em prol de não me começar a arrastar pelo chão da casa, e de não me fechar no meu cinzento antracite. No entanto sei bem o seu valor inestimável e a perda absoluta que é a sua morte, apenas amenizada pelo legado que nos deixa.
Ainda este ano, aquando do lançamento do seu último álbum, declarou (...)
Há uns dias atrás almocei com uma amiga que já não via há algum tempo. Pareceu-me um pouco abatida e deprimida, o que relacionei com o facto dos seus problemas na tiróide terem descolado, e os nódulos estarem bastante maiores, sendo que se preparava para fazer uma biopsia. O triste disto tudo é que a vida da minha amiga está tão enrolada, tão cheia de nós e embaraços, que, quando lhe disse: "Calma, vais ver que vai correr tudo bem", ela olhou-me nos olhos, bem no fundo, e (...)
Mais um incontornável, levado pela doença que já vai sendo costume... uma grande perda a juntar a tantas desde o início do ano. Que isto não seja uma amostra, ou acabamos o ano na miséria intelectual completa...