Vendas suspensas... suspensas pela ANF
{ERRATA, a começar logo no título:
onde se lê ANF leia-se INFARMED}
É assim, eu nem sei até que ponto é que a coisa era 'legal', mas não havia farmácia que não o fizesse: o cliente pedia a medicação habitual (e aqui o habitual fará muita diferença) pagava, era emitido um recibo de venda suspensa, e quando ia ao médico este passava a receita, sendo que o cliente regressava à farmácia e as contas eram acertadas.
As contas e o stock.
Ora eu, que sou despistada até mais não, já fiz umas quantas vendas suspensas que me deixaram 'no prejuízo', já que acabava por me esquecer, ou ia fora de prazo. Nunca me passou pela cabeça nem tal me foi explicado que fizesse diferença para o controlo do stock que, pelos vistos não sei se desde sempre ou se só agora, pode ser vistoriado pela Associação Nacional de Farmácias.
{Isto tudo porque, como quem me segue do outro blogue sabe, durante práticamente 34 anos tive de fazer medicação anti-depressiva. De há cerca de uma ano para cá, desde que o meu pai foi internado, e depois veio aqui para casa, à conta de não ter horas para coisa nenhuma, comecei a esquecer-me de tomar os anti-depressivos (se se esquece é porque o corpo não pede e se não pede é porque não precisa, dizia-me o Psi), e parei. Os ansiolíticos mantiveram-se em SOS, mas mesmo só em casos muitíssimo pontuais, tendo sido retomados aquando do falecimento. Continuo a tomá-los regularmente até hoje, juntamente com um indutor de sono à base de melatonina}
Durante todo o tempo em que tratei a minha (salvo-seja!) depressão fui à MESMA farmácia, aviar os mesmos medicamentos. Repito, quase 34 anos. E ontem, dado que os ansiolíticos acabaram, dirigi-me ao establecimento habitual para os adquirir.
Pois que me mandaram dar banho ao cão, que sem receita agora, NADA.
Eu, com cara de idiota chapada: então sem ansiolíticos, e como só daqui a duas semanas tenho consulta, passo duas semanas sem dormir e num escalar de ansiedade (experimentem viver com um adolescente em depressão há quatro anos e tentar fazer um luto ao mesmo tempo e vão ver que, como diz o Jorge Jesus, é peaners!)?
Pois que sim, e prontx - o problema até é meu!
Fiquei para morrer.
E na noite passada, não dormi toda a noite. Nem melatonina, nem anti-histamínicos, nem o diabo a sete.
N-A-D-A.
Passei o dia prostrada, cansada, sem querer abrir a boca.
DESCULPEM LÁ, QUINZE DIAS???????
E agora com a Páscoa, onde é que andam os médicos que me pode passar uma receita?
Não consigo ver a ideia. Contrabandear medicamentos 'parecidos' com gente conhecida, para garantir descanso?
Tomar os do meu filho (que nem sequer são benzodiazepinas), só para não enlouquecer até conseguir os meus?
Ou daqui a duas semanas, quando tiver consulta, ter de aumentar a dosagem, acrescentar mais uns quantos e retomar anti-depressivos, ou seja, ter regredido um ano, que no meu caso preciso, equivale a umas décadas?
Não percebo a ideia.
Alguém do ramo me pode dar uma explicação? Agradecida.